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Resultado polêmico afasta possibilidade de uma final brasileira no Rip Curl Pro Bells Beach

Filipe Toledo vingou a derrota na final de 2019 em Bells para John John Florence e está semifinal. Italo Ferreira e Miguel Pupo perderam por pouco no último minuto em resultados contestados por muitos com três australianos passam para as semifinais nas 4 baterias do sábado

Filipe Toledo é o novo número 1 no ranking do WSL Championship Tour 2022. Foto: @WSL / Ed Sloane
No dia do seu aniversário de 27 anos, o camisa 77 da seleção brasileira, Filipe Toledo, voltou a ocupar a primeira posição no ranking do World Surf League Championship Tour. Ele vingou a derrota na decisão do título do último Rip Curl Pro Bells Beach em 2019 para John John Florence, com os recordes do dia nas ondas de 6 a 7 pés do Bowl de Bells na tarde do sábado na Austrália. A liderança no ranking foi confirmada com a queda dos outros brasileiros que estavam na briga, Italo Ferreira e Miguel Pupo. Eles perderam, na visão muito criticada dos juízes, para dois australianos, no último minuto das suas baterias. As semifinais ficaram para abrir o domingo decisivo, as 7h00 na Austrália, 18h00 do sábado no Brasil  

“Certamente, foi um presente de aniversário de Deus, tenho certeza disso”, disse Filipe Toledo“Eu estava orando antes da bateria começar e a primeira onda boa veio para mim, então todas as orações foram atendidas. Quando você começa a bateria com uma onda boa, tem que fazer logo a segunda nota, especialmente contra alguém como o John John Florence. Estou muito feliz em ganhar dele e eu amo vir para Bells. É um momento especial, estou sem minha família aqui, mas eu amo vocês. Isso significa muito para mim”.

E, para a alegria da torcida que lotou a praia no sábado, três australianos passaram para as semifinais, mas por décimos de diferença. Miguel Pupo foi derrotado por 13,54 a 13,00 pontos por Callum Robson e Italo Ferreira perdeu por 14,00 a 13,80, para Jack Robinson. As duas baterias foram decididas nas ondas surfadas no último minuto. Já Filipe fez os recordes do sábado na vitória sobre John John Florence por 16,40 a 14,76, com uma nota 9,63 na melhor onda do dia. Ele vai enfrentar Ethan Ewing na primeira semifinal.
Filipe Toledo, o aniversariante do dia na Austrália. Foto: @WSL / Beatriz Ryder
A comissão técnica do Rip Curl Pro Bells Beach aguardou pelas melhores condições do novo swell que entrou no sábado, 16/04, na Austrália. As quartas de final só foram iniciadas as 15h00 na Austrália, 2h00 da madrugada no Brasil. Com isso, as semifinais ficaram para abrir o último dia do evento, que ainda tem prazo até quarta-feira para ser encerrado. A melhor bateria foi entre Filipe Toledo e o havaiano John John Florence

“Ele (John John Florence) vinha sendo o destaque do evento e é sempre bom ganhar de alguém como ele. Ainda mais aqui em Bells, onde ele me venceu naquela final de 2019”, disse Filipe Toledo“Na minha opinião, a bateria dele com o João Chianca dias atrás aqui, foi a bateria do ano. Você nunca sabe o que vai acontecer na próxima onda dele. Mas, o mar hoje está mais complicado de surfar, bem balançado, então sabia que seria mais difícil ele tirar um 7,9 pra me vencer. E eu só queria ter mais uma nota pra somar com o 9 da primeira e garantir o primeiro lugar. Estou feliz que deu certo e eu segui para as semifinais”.
John John Florence . Foto: Matt Dunbar/World Surf League
Filipe já abriu a bateria com a maior nota do dia e a segunda maior do Rip Curl Pro Bells Beach. Os juízes deram 9,63 na onda destruída por uma série de quatro manobras muito fortes, sempre buscando o ponto mais crítico com maior grau de dificuldade para atacar. Em todas, Filipe usou o pé de trás, para inverter a direção da prancha levantando grandes leques de água. Ele ainda atravessa a sessão de espuma e finalizou com um batidão na junção. John John também começa bem com nota 8,43, aproveitando todo espaço da onda para mandar batidas, rasgadas e o seu layback característico na finalização.

Aí veio uma longa calmaria, até as séries voltarem a entrar com boas ondas para os dois surfarem. John John começou a arriscar os aéreos e acertou um numa onda, assumindo a liderança com nota 6,33. Mas, Filipe achou outra onda que abre a parede para o camisa 77 da seleção brasileira usar sua variedade de manobras progressivas e ganhar nota 6,77 no seu aniversário de 27 anos. Com ela, reassumiu a ponta e John John ficou precisando de 7,98 para vencer nos 7 minutos finais. Só que não veio mais ondas com potencial para isso, a vitória de Filipe é confirmada por 16,40 a 14,76 e os dois se cumprimentam na saída do mar.
Miguel Pupo tentou a vitória até os segundos finais da bateria. Foto: @WSL / Ed Sloane
Depois, Filipe foi atender aos fãs na entrada da arena do evento, dando autógrafos, tirando fotos, com vários brasileiros cantando parabéns a você para ele. Enquanto isso, ninguém surfou nada nos primeiros 15 minutos da bateria seguinte e ela foi reiniciada, para Miguel Pupo e Callum Robson terem novamente os 35 minutos para disputar a segunda quarta de final do Rip Curl Pro Bells Beach. O brasileiro logo pegou uma onda, mas caiu na primeira manobra. O australiano entrou na seguinte e começou com nota 4,27. 

Miguel respondeu com 4,83, mas Callum veio numa onda melhor e maior, que abriu a parede para fazer mais manobras e ganhar nota 7,67. O brasileiro seguiu errando na escolha, mas reagiu no final, quando já precisava de 8,31 para vencer. Ele, enfim, pegou uma onda boa para usar a verticalidade do seu backside e entrar na briga com nota 7,60. 

A diferença caiu para 5,95 e no último minuto achou outra onda para mandar duas batidas fortes, uma de cabeça pra baixo, seguindo com uma série de rasgadas até finalizar com um ataque explosivo na junção. Miguel vibra, mas a média da nota fica em 5,40 e ele não conseguiu virar o placar, que terminou em 13,54 a 13,00 pontos para o australiano Callum Robson.
Italo Ferreira terminou empatado em quinto lugar com Miguel Pupo em Bells Foto: @WSL / Ed Sloane
Na última bateria aconteceu o mesmo. Quando ela começou, as ondas já estavam bem maiores, com séries passando dos 8 pés. Foi mais um confronto com o australiano surfando de frontside e o brasileiro de backside nas direitas de Bells Beach. Os dois iniciaram com notas baixas e Italo Ferreira pegou a primeira boa, mandando batidas e rasgadas muito fortes, abrindo grandes leques de água. Na última manobra, a prancha não aguentou a pressão e trincou. 

O campeão olímpico e vencedor do Rip Curl Pro Bells Beach em 2018, recebeu nota 6,40 nessa onda. Jack Robinson logo surfa outra que vale 5,83 e retoma a liderança, mas a batalha segue onda a onda. Italo voltou ao primeiro lugar com nota 7,10 e tudo foi decidido nas ondas que eles pegaram no último minuto. O brasileiro vibrou bastante após destruir a dele com batidas verticais e grandes rasgadas. Só que Robinson também surfa muito bem e as notas demoram para sair. Jack precisava de 6,51 para vencer.
Italo Ferreira ficou revoltado com o resultado. Foto: Matt Dunbar/World Surf League
Jack Robinson ficou surpreso com o resultado. Foto: Beatriz Ryder/World Surf League
A praia inteira, que torceu intensamente a cada onda dele, ficando na expectativa. Como era a última bateria, os juízes tinham mais tempo para analisar as duas ondas, revendo os vídeos. Minutos depois, as notas são anunciadas: 6,70 para Italo Ferreira e 7,00 para Jack Robinson, que vence por 14,00 a 13,80 pontos. Com isso, ficou formada uma semifinal 100% australiana, entre ele e Callum Robson. Na outra, Filipe Toledo enfrenta outro aussie, Ethan Ewing.

ÚLTIMO DIA DO RIP CURL PRO BELLS BEACH 2022: 

SEMIFINAIS:
1.a: Filipe Toledo (BRA) x Ethan Ewing (AUS)
2.a: Callum Robson (AUS) x Jack Robinson (AUS)

SEMIFINAIS:
1.a: Tyler Wright (AUS) x Courtney Conlogue (EUA)
2.a: Carissa Moore (HAV) x Brisa Hennessy (CRI)

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