A Praia Formosa no Ceará recebeu, dos dias 13 e 17 de abril, a 1ª Etapa do Circuito Brasileiro Feminino de Surf Profissional, O Mamala Surf Pro 202. Foram 18 categorias em disputas onde o espírito de confraternização foi a tônica do evento mesmo com vinte cinco mil reais em jogo.
Atletas de várias partes do país durante os cinco dias participaram, além das competições, de ações variadas como: Arte em Prancha, Aulão de Yoga, Limpeza da Praia, Palestras sobre Feminicídio, Lei Maria da Penha e Direitos da Mulher, a Importância da Diminuição dos Plásticos nos Oceanos, Roda de Conversa sobre o Empoderamento e Empreendedorismo Feminino, Luau. Foram dias de muita evolução não só esportiva, como também social e humana.
Mas, como as principais estrelas eram as atletas, elas foram as protagonistas do principal espetáculo com destaque para Monik Santos, a grande campeã da categoria Surf Profissional, levando para casa cinco mil, duzentos e cinquenta reais, deixando as anfitriãs cearenses Larissa dos Santos, Vitória Carneiro e Ariane Gomes na segunda, terceira e quarta colocações, respectivamente. Larissa dos Santos, que mostrou estar em grande fase e pronta para encarar mais um ano de grandes competições, finalizou a competição com o maior somatório entre todas as modalidades, 15,75.
Na categoria Open a surfista local da Praia da Iparana, Ariane Gomes, mostrou porque é a atual bicampeã estadual da categoria e não deu chances para as adversárias, conquistando o título..
“Estou muito feliz com esse resultado. Muitas meninas vieram de outros estados e isso faz o nível da competição subir muito. O campeonato está lindo, a estrutura está muito acolhedora e a vibe está lá no alto o tempo inteiro. Parabéns às organizadoras pelo comprometimento e dedicação. O evento está incrível!”, elogiou Ariane.
Na segunda colocação ficoua paraibana Nalanda Carvalho, com Mayra Oliveira e Letícia Cavalcante completando o pódio na terceira e quarta colocações, respectivamente.
Entre as Sub 18, a grande campeã foi a paraibana, Ana Luiza. Acostumada a frequentar os pódios cearenses, Aninha faturou mais uma competição mostrando que está em ótima fase. Na segunda colocação ficou a sensação do evento Gabriely Queiroz, que pode não ter conquistado o título da categoria, mas ganhou o coração do público. Com apenas 13 anos a mais nova revelação do surfe feminino cearense mostrou muita qualidade no seu surfe para superar atletas bem mais experientes. Com o resultado Gaby entra de vez no radar dos observadores de plantão e se consolida como uma das grandes revelações do evento. Na terceira e quarta colocação ficaram as paraibanas Evely Kaline e Nicolly Freire.
Gabriely ainda levou também o título na sua categoria original, a Sub 14, com Nicolly Freire da Paraíba terminando na segunda colocação deixando a cearense Rilary Silva e Anaelya de Lima na terceira e quarta colocações, respectivamente.
“Eu venho treinando há muito tempo. Apesar de ter perdido alguns campeonatos, consegui me recuperar e estou muito feliz, não só com o meu resultado, mas com toda a energia desse evento, que está muito top, com uma grande estrutura, organização impecável e muito afeto. Parabéns e muito obrigada às organizadoras”, declarou Gaby.
Entre as fofuras da Sub 10 a grande campeão foiMariana Dantas, com Mariana Pinheiro em segundo, Jade Melissa em terceiro e Emilly Hadassa em quarto lugar, todas cearenses.
Já entre as mais experientes, as cearenses Renata Bittencourt faturou a Master com Raphaela Bahia em segundo, Regina Ferreira em terceiro e Daniela Bomfim na quarta colocação.
Na categoria Surf Iniciante a grande campeã foi Lais Barata, com Mariana Dantas em segundo, Sarah Sousa em terceiro e Maria Luiza em quarto lugar.
Na Surf Intermediário Beatriz Maia faturou o troféu de campeã com Zizira Tavares, Karen Beatriz e Tahyane Braga em segundo, terceiro e quarto lugares, respectivamente.
Já na categoria Surf Avançado o lugar mais alto do pódio foi conquistado por Giulia Bianchi, com Ana Maria em segundo, Clara Bindá em terceiro e Hêmelly Praxedes na quarta colocação.
Entre as representantes das categorias mais clássicas de todas, a Longboard, destaque para a surfista do Paracuru, Mayra Oliveira, que faturou a Open, com a carioca Érica Prado em segundo, Bianca Cardoso em terceiro e Sol Tostes em quarto. Entre as Iniciantes Suzanne Santiago venceu com Isabella Von Haydin em segundo, Daniele Kedma na terceira colocação e Yasmin Djalo em quarto lugar.
Na SUP Wave Open o melhor resultado foi para a surfista local da Praia do Iguape Kilvia Cardoso, com Ana Carolina Barcellos em segundo e Maria Kesiane em terceiro.
Na modalidade Bodyboarding quem subiu no lugar mais alto do pódio entre as Profissionais foi a multicampeã Dalete Mousinho que mostrou toda a sua técnica e garra para superar grandes adversárias e sagrar-se campeã, faturando R$ 2.500. Na segunda colocação fico Liege Silva, com Bia Jesus na terceira colocação e Natália Silva completando o pódio na quarta colocação.Na Open o grande destaque ficou por conta da atuação de Iasmim Guedes, que surfou muito para superar as adversárias Graziela Monteiro, Samia Guedes e Cely Silva, segunda, terceira e quarta colocadas. E na categoria Bodyboarding Iniciante a grande campeão foi a atleta Luna Ferreira, com Tayane Sales e segundo, Samia Guedes em terceiro e Lilian Araújo na quarta colocação.
Na Casadinha, uma das categorias mais esperadas de todo o evento com disputas que ocorrem em duplas, com competidoras de categorias diferentes, pontuando as duas melhores notas de cada competidora, sem limites de onda, a dupla vencedora foi Mayra e Patrícia, com Hemilly e Iasmim na segunda colocação, Ana e Cely em terceiro e Ariane e Tayane na quarta colocação.
Na Surf Adaptado Cadeirante o ativista Emerson Martins, o Emercinho, foi o grande campeão, com Kelvin dos Santos em segundo e Kairo Rodrigues na terceira colocação.
Já na Surf Adaptado o destaque foi a atuação de Gilmário Guimarães, com Francisco das Chagas em segundo, Carlos Wesley em terceiro, Juan Yure em quarto e Rafael Saraiva em quinto lugar.
Válido como Campeonato Brasileiro da Associação Brasileira de Surf Profissional (entidade que homologou a competição junto com a Federação de Surf do Estado do Ceará), o Mamala Surf Pro 2022 está sendo considerado a maior confraternização de diferentes modalidades de boardsports femininos já realizada em Fortaleza, já que contou com Bodyboarding, Longboard e SUP Wave, Surfe Adaptado e Surfe, sendo exclusivo para mulheres, com exceção apenas das categorias do Surfe Adaptado, que não possuiu restrição de gênero.
Segundo uma das organizadoras do evento, Joana Meireles, o MAMALA Surf Pro foi um evento pensado no empoderamento e no crescimento do surfe feminino no Ceará, no Nordeste e no Brasil: “Nós estamos com aquele sentimento de dever cumprido, sabe? A grande adesão das atletas, as vivências, os feedbacks, tudo foi perfeito. Claro que, como tudo na vida, alguém tem de arregaçar as mangas e fazer as coisas acontecerem. Mas, nada disso seria possível sem o apoio de toda a comunidade do surfe feminino, inclusive com a presença de nomes de peso no cenário nacional do surfe feminino como a jornalista Erica Prado na locução e Carla Circenis na arbitragem. Enfim, estamos muito orgulhosas de conseguir juntar tanta gente boa em prol de um mesmo objetivo, que é o crescimento do surfe feminino brasileiro. O evento pode ter terminado, mas temos a consciência que nosso trabalho está apenas começando”, declarou Joana.
Para Tayane, outra organizadora, o grande sucesso desse evento está na união de diferentes segmentos da sociedade e do mercado do surfe em prol de um mesmo objetivo:
“O MAMALA Surf Pro foi muito mais que um campeonato. Representou um ponto de união entre Poder Público, Iniciativa Privada, Sociedade Civil Organizada, atletas, e muito mais. Nunca conseguiríamos fazer tudo isso sozinhas. Essa rede de apoio que se formou em torno desse evento, comprometida a fazer o que fosse preciso para que tudo desse certo, é o verdadeiro sucesso. É a prova de que a união faz a força e principalmente, de que não estamos sozinhas. Ninguém sabe, mas houve uma verdadeira força tarefa entre os Poderes Públicos Municipal e Estadual para que o evento tivesse uma estrutura digna de um grande campeonato.”