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Medina vence em Saquarema mostrando está recuperado da lesão que o afastou do CT

Gabriel Medina foi o campeão do Corona Saquarema Pro encerrado nesta segunda-feira,07/11, na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ). O marroquino, Ramzi Boukhiam ficou em segundo lugar. Já no feminino, a etapa foi vencida pela norte-americana Alyssa Spencer que derrotou a francesa Tessa Thyssen. João Chianca ficou na semifinal entrando no G-10 do ranking que classifica para o CT.  O primeiro evento do Challenger Series realizado na América Latina foi a penúltima etapa da temporada que será encerrado em Haleiwa no Havaí.

Gabriel Medina campeão pela primeira vez em Saquarema. Foto: Thiago Diz/World Surf League

O tricampeão mundial Gabriel Medina fez história mais uma vez, com a vitória no primeiro evento do Challenger Series realizado na América Latina. O primeiro troféu de campeão do Corona Saquarema Pro apresentado pelo Banco do Brasil, foi conquistado numa reedição da final do Mundial Pro Junior de 2013, em Florianópolis (SC),  com o marroquino Ramzi Boukhiam quando Medina ganhou seu primeiro título mundial na World Surf League. Quem também festejou vitória, nesta segunda-feira na Praia de Itaúna, foi a norte-americana Alyssa Spencer, derrotando a francesa Tessa Thyssen. Essa foi a primeira vez que os quatro finalistas decidiram títulos em etapas do World Surf League (WSL) Challenger Series, circuito que será encerrado em Haleiwa Beach, nos dias 26 de novembro a 7 de dezembro, no Havaí. 

“O Ramzi Boukhiam é um ótimo amigo, já fizemos uma final juntos e é um cara que eu admiro bastante”, disse Gabriel Medina. “Ele treina muito, surfa muito e acho que a vaga dele no CT vai chegar. Estou feliz por ter vencido mais uma vez, aqui em casa, no Brasil. Essa semana foi de muito trabalho e estou feliz pelo resultado. Deus me abençoou com a vitória e estou feliz também por estar 100% recuperado da lesão no joelho. Isso porque faz só um mês que a gente começou a trabalhar mais forte e pretendo chegar no Havaí para fazer meu melhor lá.”

Gabriel Medina. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

Gabriel Medina não competia desde a lesão no joelho sofrida em junho, durante o Oi Rio Pro nas mesmas ondas da Praia de Itaúna. Para chegar à decisão do Corona Saquarema Pro, nesta segunda-feira,07/11, ele primeiro passou pelo francês Maxime Huscenot nas quartas de final, depois pelo saquaremense João Chianca nas semifinais.

Os dois tinham chances de confirmar suas vagas no CT 2023 no Brasil, entre os dez indicados pelo Challenger Series. Assim como Ramzi Boukhiam, se vencesse o campeonato. João Chumbinho e o marroquino foram os únicos que entraram no G-10 em Saquarema. Ramzi subiu da 14ª para a quarta posição no ranking e o brasileiro foi do 18º para o oitavo lugar.

“Eu gosto muito do Brasil. Tenho uma conexão boa com o país, com a galera daqui e estou feliz pelo meu resultado”, disse Ramzi Boukhiam. “O Gabriel Medina é o meu surfista preferido e eu sabia que tinha que surfar meu máximo pra vencer. E foi muito apertado né o resultado, ele virou no final, mas pra mim ele é o melhor surfista do mundo. Foi uma bateria incrível e eu gostei. Acho que dei uma boa subida no ranking e vamos ver se consigo entrar no CT.”

Ramzi Boukhiam . Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

A grande final começou com Medina surfando uma direita finalizada com um aéreo reverse de backside, que foi baixo e levou nota 5,00. Ramzi também pegou uma direita e atacou forte a junção, com um batidão de backside, largando na frente com 7,00. As séries estavam muito espaçadas, com as ondas demorando para entrar e Medina escolheu outra direita para voar, porém sem aterrissar. O marroquino seguiu com seu “power surf” habitual, manobrando forte outra direita com suas batidas de backside, que valem 6,43. 

Com essa nota, Ramzi abre 8,43 pontos de vantagem na primeira metade dos 35 minutos da bateria. Medina usa sua experiência e induz o marroquino a remar numa onda ruim, ficando com a prioridade de escolher a próxima, quando restavam 10 minutos para o término. Ele pega uma direita, manda um batidão de backside, um cutback e ataca forte a junção, para finalizar sua melhor onda. Os juízes dão nota 7,17 e Medina passa a precisar de 6,26 para vencer. Aí o marroquino erra a escolha de uma onda, entrando numa fraca.

A prioridade de surfar a próxima ficou para o brasileiro nos 5 minutos finais. Ele pegou outra direita, já manda um pancadão no crítico, segue atacando a onda com batidas e rasgadas e explode a junção, cerrando os punhos na vibração. Os juízes dão nota 6,50, que vira o placar para 13,67 a 13,43 pontos. O jogo se inverteu e Ramzi Boukhiam precisaria de 6,68 para vencer. Ele ainda pegou uma direita nos últimos segundos, só que sem potencial e a torcida vibrou com a primeira vitória de Gabriel Medina nas ondas da Praia de Itaúna. 

Gabriel Medina. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

A segunda-feira amanheceu com quatro surfistas tendo chances matemáticas de garantir classificação para o CT 2023, antes da última etapa no Havaí. O brasileiro João Chianca e o marroquino Ramzi Boukhiam atingiriam a pontuação necessária para não sair mais do G-10 do Challenger Series, com a vitória no em Saquarema. Os outros eram o havaiano Ian Gentil e o francês Maxime Huscenot, que confirmariam seus nomes se chegassem na grande final.

No primeiro duelo das quartas de final, João Chianca conseguiu vencer o australiano Kalani Ball na onda que surfou nos últimos minutos. A nota 6,03 recebida, virou o placar para 13,80 a 13,77 pontos. Com a vitória, Chumbinho entrou no G-10, tirando o australiano Morgan Cibilic da zona de classificação para o CT. Mas, ele depois foi barrado por Gabriel Medina, que já tinha acabado com as chances de Maxime Huscenot e, ainda, de Ramzi Boukhiam na grande final. Já Ian Gentil foi eliminado pelo marroquino nas quartas de final.

Mesmo assim, os quatro deram um passo importante para garantir seus nomes no CT 2023 em Haleiwa, no Havaí. Ramzi Boukhiam e Ian Gentil assumiram a quarta e quinta posições no ranking, já ultrapassaram os 17.000 pontos e ficaram muito próximos de confirmar suas vagas. Maxime Huscenot passou a dividir o sexto lugar com o australiano Liam O´Brien e João Chianca é o oitavo colocado. O brasileiro e o marroquino tiraram do G-10, o australiano Morgan Cibilic e o cearense Michael Rodrigues, que caiu do oitavo para o 12º lugar.

João Chianca chorou nas areias de Itauna. Foto: Thiago Diz/World Surf League

No ranking feminino, a batalha pelas cinco vagas para o CT 2023 já tem três nomes confirmados, das australianas Macy Callaghan, Molly Picklum e da norte-americana Caitlin Simmers. A havaiana Bettylou Sakura Johnson é a quarta do ranking e também está praticamente garantida. Resta então definir só uma vaga no G-5 e o último dia do Corona Saquarema Pro começou com um confronto direto. 

O duelo entre a portuguesa Teresa Bonvalot e a australiana Bronte Macaulay, decidia a quinta posição no grupo das cinco surfistas que vão completar a elite das top-17 do WSL Championship Tour 2023. A portuguesa levou a melhor e vai defender sua classificação na última etapa, que começa no dia 26, em Haleiwa, no Havaí. Teresa poderia garantir seu nome se vencesse o Challenger Series de Saquarema, mas perdeu para Tessa Thyssen na semifinal. 

Com a passagem para as semifinais, Teresa Bonvalot acabou com a chance da brasileira Luana Silva ainda brigar por vaga no CT no Havaí. Ela caiu da nona para a 14ª posição e, agora, só poderá tentar terminar entre as top-10 do ranking, que garante participação no Challenger Series de 2023. Na segunda semifinal, a norte-americana Alyssa Spencer derrotou a japonesa Amuro Tsuzuki, que tinha passado pela brasileira Summer Macedo nas quartas de final.

lyssa Spencer. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

A primeira decisão de título foi iniciada às 13h50, quando chegou a chuva afastando um pouco o bom público que compareceu a praia, no último dia do Corona Saquarema Pro apresentado pelo Banco do Brasil. Alyssa Spencer dominou a bateria desde a nota 5,17 da primeira onda boa que surfou. Logo, ela achou uma direita que ficou mais em pé, para atacar forte de backside com três batidas e rasgadas que valeram nota 7,17. Com ela, abriu uma larga vantagem sobre a francesa Tessa Thyssen e a vitória foi confirmada por 12,90 a 9,06 pontos. 

“A gente vive tantos altos e baixos ao longo do ano, são muitos campeonatos e é difícil manter uma consistência de resultados. Quando você perde, é difícil aceitar, mas trabalhei bastante esse ano, então é muito bom ver que valeu a pena todo o esforço”, disse Alyssa Spencer. “O Brasil é um lugar incrível. Adoro esta energia das pessoas daqui e procurei aproveitar isso. Foi uma semana muito boa, estive cercada pelas melhores pessoas, então estou muito feliz por esta minha primeira vitória no Challenger Series.”

Tanto Alyssa Spencer, como Tessa Thyssen, nunca tinham passado das quartas de final em todas as etapas do Challenger Series que disputaram em 2021 e 2022. A americana de 19 anos de idade, ficou em 10º lugar no ranking do ano passado e, agora, já assumiu a sexta posição. A vitória no Corona Saquarema Pro, foi a quinta de Alyssa Spencer esse ano. As outras quatro foram em etapas regionais do Qualifying Series nos Estados Unidos. Já Tessa Thyssen festejou o melhor resultado da sua carreira no Brasil.

“Eu estou superfeliz, porque tenho trabalhado muito e estou evoluindo passo a passo, então fiquei bem satisfeita com o meu progresso aqui neste evento”, disse Tessa Thyssen. “Foi bem difícil essa semana, porque o mar muda bastante aqui. Mas gostei muito da vibração dos brasileiros, que foram simplesmente incríveis. É a minha primeira vez aqui no Brasil e realmente me diverti bastante durante todos esses dias.”

Alyssa Spencer. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

RANKINGS DO WSL CHALLENGER SERIES 2022:

TOP-10 DO RANKING MASCULINO – (após seis etapas):

*-vaga já garantida no CT 2023

*1.o: Leonardo Fioravanti (ITA) – 26.915 pontos

*2.o: Rio Waida (IDN) – 22.650

*3.o: Ryan Callinan (AUS) – 20995

4.o: Ramzi Boukhiam (MAR) – 17.765

5.o: Ian Gentil (HAV) – 17.470

6.o: Liam O´Brien (AUS) – 16.050

6.o: Maxime Huscenot (FRA) – 16.050

8.o: João Chianca (BRA) – 15.185

Joao Chianca. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

9.o: Ezekiel Lau (HAV) – 14.820

10.o: Dylan Moffat (AUS) – 14.710

——-sul-americanos até 100:

12: Michael Rodrigues (BRA) – 13.285 pontos

14: Lucca Mesinas (PER) – 11.865

17: Alejo Muniz (BRA) – 10.615

18: Edgard Groggia (BRA) – 10.440

*19: Gabriel Medina (BRA) – 10.000

24: Mateus Herdy (BRA) – 9.295

25: Deivid Silva (BRA) – 9.195

27: Lucas Silveira (BRA) – 9.020

33: Willian Cardoso (BRA) – 6.720

40: Alex Ribeiro (BRA) – 5.770

44: Matheus Navarro (BRA) – 5.370

*55: Jadson André (BRA) – 4.450

*64: Miguel Pupo (BRA) – 3.320

64: Douglas Silva (BRA) – 3.320

64: Cauã Costa (BRA) – 3.320

74: Alonso Correa (PER) – 2.700

80: Thiago Camarão (BRA) – 2.350

80: Santiago Muniz (ARG) – 2.350

85: Ian Gouveia (BRA) – 2.000

87: Gabriel André (BRA) – 1.900

90: Marco Giorgi (URU) – 1.850

94: Peterson Crisanto (BRA) – 1.650

95: Eduardo Motta (BRA) – 1.600

97: Marco Fernandez (BRA) – 1.500

*98: Samuel Pupo (BRA) – 1.400

Bronte Macaulay. Foto: Daniel Smorigo/World Surf League

TOP-5 DO RANKING FEMININO – (após seis etapas):

*-vaga já garantida no CT 2023

*1.a: Macy Callaghan (AUS) – 28.920 pontos

*2.a: Caitlin Simmers (EUA) – 28.630

*2.a: Molly Picklum (AUS) – 28.630

4.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 26.915

5.a: Teresa Bonvalot (PRT) – 22.725

——-sul-americanas até 50:

14: Luana Silva (BRA) – 13.285 pontos

19: Summer Macedo (BRA) – 10665

21: Daniella Rosas (PER) – 9.245

33: Laura Raupp (BRA) – 6.620

41: Sophia Medina (BRA) – 5.200

46: Anne dos Santos (BRA) – 4.800

46: Arena Rodriguez Vargas (PER) – 4.800

59: Sol Aguirre (PER) – 3.600

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