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Dia de ondas desafiadoras em Fernando de Noronha

Foram realizadas mais oito baterias do Hang Loose Pro Contest em ondas de 8 a 10 pés. Estrangeiros vencem metade dos confrontos da sexta-feira,03/03. 24 surfistas seguem na busca do título na Cacimba do Padre na disputa do título da penúltima etapa da temporada 2022/2023, da World Surf League (WSL) Latin America. Próxima chamada no sábado às 9h00, 8h00 no continente.

Paulo Moura ensinando aos mais novos como surfar os tubos da Cacimba. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

Hang Loose Pro Contest 2023 retornou na sexta-feira,03/03, em mais um dia de mar desafiador em Fernando de Noronha. Foram realizadas mais oito baterias em ondas de 8-10 pés, quebrando atrás da laje, na Cacimba do Padre. Os estrangeiros ganharam a metade, com o chileno Guillermo Satt, o uruguaio Marco Giorgi, o argentino Franco Radziunas e o peruano Gabriel Arturo Vargas. As outras quatro foram vencidas pelos brasileiros Krystian Kymerson, Alan Jhones, Luel Felipe e Vinicius Parra.

Agora, só 24 surfistas seguem na disputa do título da penúltima etapa da temporada 2022/2023, da World Surf League (WSL) Latin America. São 8 que já passaram para a rodada classificatória para as quartas de final e 16 nas quatro baterias restantes da segunda fase, que ficaram para abrir o sábado na Cacimba do Padre. A primeira chamada foi marcada para as 9h00 em Fernando de Noronha, 8h00 no fuso horário de Brasília, com o show de surfe sendo transmitido ao vivo pelo site da WSL e pelo Aplicativo da WSL. 

Luan Hanada se preparando para mais um sessão dos sonhos. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

O campeonato de surfe mais tradicional da América Latina, estreou em Fernando de Noronha no ano 2000 e foi disputado todos os anos até 2012. Retornou em 2019 e em 2020 realizou a sua 15.a edição no arquipélago pernambucano. O evento não aconteceu em 2021 e 2022 por causa da pandemia e esse ano está rolando em ótimas condições de ondas. A sexta-feira amanheceu com a Cacimba do Padre bombando séries pesadas de 8-10 pés e as baterias começaram após a segunda chamada do dia, as 10h25.

A primeira foi entre quatro brasileiros e o santista Vinicius Parra surfou o primeiro tubaço da sexta-feira. Ele é paulista de Santos, mas há 5 meses reside em Fernando de Noronha e contou com toda a torcida dos locais da ilha. Com a nota 7,83 recebida, Vinicius derrotou os três favoritos para se classificar. O jovem atleta patrocinado pela Hang Loose, Leo Casal, avançou em segundo, eliminando o também catarinense Matheus Navarro e o carioca Pedro Neves.

Leo Casal mostrando seu “power”. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

“Nossa, foi demais esse surfe que fiz nessa bateria”, vibrou Vinicius Parra. “A primeira onda que peguei, consegui pegar um tubinho e a segunda foi o tubo do dia hoje, então já tá bom demais para ir trabalhar amarradão. Eu sou santista, to morando aqui em Noronha uns 5 meses e a galera local é muito irada. Eles passam uma vibe muito boa pra gente fazer esse surfe aí”.

Na bateria seguinte, a 14.a das 16 da segunda fase do Hang Loose Pro Contest apresentado por Eletron Energy, o capixaba bicampeão brasileiro, Krystian Kymerson, também surfou um tubo incrível, que valeu a maior nota do dia, 8,00. Ele é um dos surfistas que estão na batalha por vagas entre os top-8 da WSL Latin America, que se classificam para o Challenger Series. Krystian chegou na ilha em 17.o lugar no ranking e barrou um concorrente direto, o 11.o colocado, Samuel Igo, único que ganhou nota 10 desde o retorno do Hang Loose para Noronha em 2019. 

Francisco Bellorin olhando para onde ir. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

“Estou muito feliz em estar competindo aqui na Cacimba mais uma vez. Eu consegui pegar um bom tubo ali no meio da bateria e isso me deu mais tranquilidade”, disse Krystian Kymerson, que saiu do mar machucado e foi prontamente atendido pelos bombeiros e equipe médica do evento. “Depois desse tubo, na hora que tava saindo do mar pra dar a volta pela areia, acabei tomando uma pancada da espuma e bati numa pedra. Tive um cortezinho no joelho, mas não foi nada demais e estou muito feliz por ter avançado”.

“Eu vi que ia ser uma bateria muito difícil e o mar tá bem difícil também. Tem altas ondas, só que tá difícil de achar a boa, mas o que importa era passar pra próxima fase”, continuou Krystian Kymerson. “Eu venho batalhando bastante para entrar no Challenger Series, então esse campeonato aqui é muito importante. Estou vindo de uma contusão no joelho duas semanas atrás, mas Graças a Deus não foi grave e estou atrás desses pontos pra me classificar pro Challenger novamente”.

Pernambucano Luel Felipe já esta entre os 24 melhores do hang Loose 2023. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

Esta segunda fase foi encerrada com a primeira das quatro vitórias estrangeiras da sexta-feira na Cacimba do Padre. O chileno Guillermo Satt pegou ondas enormes, que não rodaram tubos, mas desceu o paredão e subiu para atacar forte no crítico nas que surfou. Ele estava em sexto lugar no ranking da WSL Latin America e já subiu para a quarta posição, com a vitória sobre Luan Hanada, Ivo Gothardo e Lucas Vicente.

“O mar está bem difícil hoje, não tinha aqueles tubos como dias atrás que estavam perfeitos, mas campeonato é assim mesmo, as vezes tá bom, as vezes não”, disse Guillermo Satt. “Eu me foquei muito antes da bateria, porque tinha muitos picos e creio que acertei o lugar pra ficar no mar. Acredito que acertei a estratégia de pegar duas ondas para fazer manobras fortes, já que não tinha tubos pra surfar e consegui passar. Isso era importante para somar mais pontos no ranking, para tentar confirmar minha classificação para o Challenger Series aqui”.

Paulo Moura entrando por trás do pico para mais um expresso. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

Depois dessas quatro baterias restantes da segunda fase, foram disputadas as quatro primeiras da terceira fase. Nessas, os dois melhores de cada já avançavam para disputar vagas para as quartas de final do  evento na quarta e última rodada de baterias formadas por quatro competidores. Os primeiros a se classificarem foram o experiente tube-rider Paulo Moura e o peruano Gabriel Arturo Vargas, que passou em primeiro lugar derrotando três brasileiros.

Na segunda bateria, deu dobradinha potiguar com Alan Jhones e Mateus Sena, sobre o equatoriano Francisco Bellorin e o número 3 do ranking, Rafael Teixeira. O surfista que está fechando o grupo dos 8 que se classificam para o Challenger Series, Heitor Mueller, perdeu no confronto seguinte, vencido pelo uruguaio Marco Giorgi. E na última do dia, o argentino Franco Radziunas também derrotou três brasileiros, com Gabriel Klaussner avançando junto com ele.

Marco Giorgi botando pra baixo. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

Esta terceira fase será completada no sábado, com o quinto colocado no ranking, Nacho Gundesen, da Argentina, enfrentando três brasileiros na quinta bateria, a primeira a entrar no mar. Na seguinte, está o vice-líder e único concorrente ao título de campeão sul-americano da temporada 2022/2023, Ian Gouveia. Depois, tem uma bateria com quatro brasileiros e mais três vão disputar as duas últimas vagas para a quarta fase com o chileno Guillermo Satt.

Esta quarta rodada é a última formada por baterias com quatro atletas e os dois primeiros de cada se classificam para as quartas de final, quando os confrontos passam a ser homem a homem, sistema que prossegue até a decisão do título da 16.a edição do Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha. As duas primeiras batalhas já estão definidas. Na primeira, tem o peruano Gabriel Arturo Vargas com os brasileiros Alan Jhones, Gabriel Klaussner e Caio Costa. Na segunda, estão os brasileiros Paulo Moura e Mateus Sena, o uruguaio Marco Giorgi e o argentino Franco Radziunas.

Hang Loose Pro Contest é a última etapa com status máximo da temporada 2022/2023 do Qualifying Series (QS). O campeão nos tubos da Cacimba do Padre marca 5.000 pontos no ranking regional da WSL Latin America, que classifica os oito primeiros para o Challenger Series, circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour (CT). Depois de Fernando de Noronha, só tem mais uma etapa para fechar a lista, na semana que vem em Florianópolis (SC), cidade que sediou o primeiro Hang Loose Pro Contest em 1986.

Alan Jhones mostra esta jogando de igual para igual com a nova geração. Foto: @WSL/Daniel Smorigo

BATERIAS DO HANG LOOSE PRO CONTEST QS 5000:

 BATERIAS QUE VÃO ABRIR O SÁBADO EM FERNANDO DE NORONHA:

TERCEIRA FASE –

5.a: Lucas Silveira (BRA), Vitor Ferreira (BRA) Eric Bahia (BRA), Nacho Gundesen (ARG)

6.a: Manuel Selman (CHL), Kaue Germano (BRA), Ian Gouveia (BRA), Leandro Usuna (ARG)

7.a: Vinicius Parra (BRA), Krystian Kymerson (BRA), Philippe Neves (BRA), Ivo Gothardo (BRA)

8.a: Leo Casal (BRA), Cauã Gonçalves (BRA), Luel Felipe (BRA), Guillermo Satt (CHL)

QUARTA FASE –

1.a: Gabriel Arturo Vargas (PER), Caio Costa (BRA), Alan Jhones (BRA), Gabriel Klaussner (BRA)

2.a: Marco Giorgi (URU), Paulo Moura (BRA), Franco Radziunas (ARG), Mateus Sena (BRA)

3.a e 4.a: ainda serão fechadas.

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