Empolgado pela conquista de John John Florence na segunda etapa do circuito da WSL revisitei o impressionante “View From a Blue Moon”, o filme que o jovem surfista sonhava em fazer.
John John trouxe para a cinematografia dos filmes de surfe a qualidade extrema unida a uma potência performática moderníssima. Imagens impactantes que levam a uma imersão no que seria a vida de um surfista apaixonado pelo que faz.
Forem três anos dividindo ideias com Blake Vincent Kueny, com quem dividiu a autoria para fazer o primeiro filme de surfe feito 100% em 4K, com um custo em torno de 2 milhões de dólares (7 milhões e 695 mil reais), 70 pranchas quebradas e mais de 2 mil horas de nos conteúdo gravado.
Lançando em 2015,com exibições simultâneas em vários países, foi a produção mais aguardada do ano. Não só pela presença do “principe havaiano”, como é conhecido, mas também pela alta qualidade das imagens.
O filme começa mostrando a infância do surfista no Havai e tenta mostrar como seria a vida de um ilhéu. Seu surfe e seu estilo de vida.
Depois uma seleção de ondas na Polinésia que mostram a disposição e a capacidade de leitura nos tubos, qualidade diferenciada de JJF . O grande desafio é mostrar os mesmos lugares clássicos mas de uma forma diferente, criativa. As mesmas ondas com um olhar inovador.
A humildade do atual Campeão do Mundo é evidente quando ele divide o “brilho” com sua família, amigos e ídolos como Bruce Irons, Nathan Florence, Kiron Jabour.
Com Mat Meolla e Albee Layer, as imagens nos levam ao Oeste Australiano onde surfa entre Cangurus, ondas mexidas, tubos e aéreos de alta performance.
Na África do Sul, a qualidade da fotografia do filme se torna evidente com tomadas e enquadramentos dignos dos documentários da National Geografic, traz toda a cultura que um surfista atento e sabido pode aprender em suas viagens pelo mundo . Jordy Smith aparece detonando ondas desérticas e perfeitas em tomadas áreas.
John disse que adoras o “life style” e dedica ao Brasil uma parte do seu filme, O povo e o contraste entre a pobreza das favelas com a natureza exuberante, aparecem como um clipe de apresentação que abre para as marolas da Ilha Grande. É lá que ao lado de Felipe Toledo surfam em ondas ruins mas com um cenário lindo.
“Não importa onde eu vá, sempre sonho com Pipeline” com essa palavras John John chega a Pipeline com seus amigos sendo filmado por um drone , traz ondas dos melhores locais, todos seus amigos de infância, em dias clássicos filmados durante dois invernos.
O que me chamou a atenção foi as escolhas que Florence fez durante a execução do projeto. Enquanto outros gostariam de uma grande e luxuosa sala de exibição com convidados VIP na primeira fila, John John preferiu fazer o lançamento do filme na escola onde estudou na infância no Orth Shore de Oahu, para que ele sirva de modelo para outras crianças,que como ele, aprendam a amar e a dignificar sua terra natal: O HAWAII.