O Corona Cero Dream Tour Floripa apresentado por Ministério do Esporte coroou Douglas Silva como primeiro bicampeão brasileiro consecutivo da Confederação Brasileira de Surf. O título de 2025 foi confirmado na grande final do domingo na Praia Mole, quando Adriano de Souza conquistou uma vitória inédita sobre o último concorrente do pernambucano, o paulista Renan Pulga. Na categoria feminina, Tainá Hinckel carimbou a faixa da primeira campeã brasileira invicta da história, Laura Raupp, nas semifinais. Depois, ganhou outro confronto de campeãs brasileiras com Juliana dos Santos, para igualar o recorde de 4 vitórias em etapas do Dream Tour da Laurinha.
No domingo, a Confederação Brasileira de Surf fechou a temporada 2025 com uma premiação histórica de 1 milhão de reais para os surfistas, em duas etapas seguidas do Corona Cero Dream Tour Floripa. O último dia foi iniciado com os dois concorrentes ao título brasileiro se enfrentando na primeira bateria. Renan Pulga derrotou o cearense Michael Rodrigues, que mora em Floripa, depois passou pelo potiguar Mateus Sena nas semifinais.
Mas, Renan Pulga ainda precisava vencer esta última etapa, para ser campeão brasileiro pela primeira vez. Só que o campeão mundial Adriano de Souza se mostrou imbatível nas ondas pequenas do domingo na Praia Mole. Depois de eliminar Alex Ribeiro nas quartas de final e o também paulista Wesley Leite nas semifinais, Mineirinho acabou fazendo os recordes do dia – nota 7,33 e 13,33 pontos – para faturar o prêmio de R$ 50.000 pela vitória no Corona Cero Dream Tour Floripa, a primeira dele na divisão de elite da Confederação Brasileira de Surf.
“É difícil ficar nessa situação, de ter que torcer pra outro cara ganhar. Mas isso é competição, então eu tinha que torcer pro Mineiro ganhar, para realizar meu sonho. E, graças a Deus, o Mineiro ganhou”, disse Douglas Silva, que estava assistindo as finais na área dos atletas na arena do evento. “O Pulga é um excelente surfista, meu parceiro de equipe e meu amigo, que conheço há muitos anos. Mas, aqui só um ganhava, eu queria muito e deu tudo certo. É tudo na benção de Deus, então é só agradecer, viver cada momento e saber que, pouco a pouco, estou fazendo a minha história no surf”.
TERCEIRO BICAMPEÃO BRASILEIRO CONSECUTIVO EM 39 ANOS DE HISTÓRIA
E, realmente, Douglas Silva já entra para a história como o terceiro surfista a conquistar o bicampeonato brasileiro consecutivo, nos 39 anos do circuito iniciado em 1987. Ele igualou os feitos até então únicos do paranaense Peterson Rosa em 1999 e 2000 e do carioca Leonardo Neves (in memoriam) em 2002 e 2003, mais de 20 anos atrás. Dodô, como é mais conhecido, agora faz parte deste seleto grupo de bicampeões brasileiros consecutivos, só com um título a menos do que o recordista Peterson Rosa, campeão em 1994, 1999 e 2000.
“Para mim, é um feito incrível na minha carreira”, disse o pernambucano Douglas Silva. “Eu sempre sonho com muitas coisas, mas sempre deixo Deus trabalhar a minha vida. Eu trabalhei bastante para estar aqui, para tudo isso acontecer e, tenho certeza, de que os frutos que estou colhendo nestes 2 últimos anos, são resultado de tanto trabalho, tantos treinos e muita dedicação. Só quero agradecer a Deus por tudo, pelas coisas maravilhosas que Ele vem me proporcionando na minha vida. É, realmente, um sonho e uma felicidade imensa, ter conquistado esse feito, junto de dois ícones do surf brasileiro, verdadeiras lendas”.
ADRIANO DE SOUZA CONQUISTA MAIS UMA VITÓRIA INÉDITA
Se Douglas Silva vibrou intensamente pelo bicampeonato consecutivo, Adriano de Souza também era só felicidade pela vitória inédita no Corona Cero Dream Tour Floripa. Mineirinho não faz parte da elite nacional, mas participou de três das quatro etapas como convidado pela Confederação Brasileira de Surf. O campeão mundial de 2015 não tinha passado nenhuma bateria nas duas primeiras, mas desencantou e deu show nas ondas pequenas da Praia Mole. Ele já tinha vencido uma etapa da Taça Brasil em 2022, mas essa foi a primeira no Dream Tour, que reúne a elite dos melhores surfistas do Circuito Brasileiro.
“Estou feliz em poder levar mais um troféu pra casa e, dessa vez, vou colocar no quarto do Romeu, porque é a primeira vez que ele vem assistir o papai numa competição”, revelou Adriano de Souza. “Eu tinha um desejo de fazer mais um pódio, com meu filho junto. Essa foto eu tava buscando algum tempo já e, como ele era muito novinho, isso ia ser bem difícil né. Aqui tem muitos atletas bons, só caras excepcionais, então eu fui comendo pelas beiradas. Eu sabia que ia ser difícil, então sair daqui como campeão, é um sabor maravilhoso. É um troféu que eu não tinha ainda, então acho que no cenário nacional, foi preenchido tudo o que eu gostaria e foi maravilhoso. Só agradecer a Deus por tudo”.
TÍTULO BRASILEIRO ESCAPOU NA ÚLTIMA BATERIA DA TEMPORADA
O paulista Renan Pulga ficou muito perto de sentir o gosto da vitória no Dream Tour, mais uma vez. Ele, assim como Tainá Hinckel, chegou na final das duas etapas do Corona Cero Dream Tour Floripa na Praia Mole. Na que foi encerrada na segunda-feira passada, perdeu para o carioca Lucas Silveira. Agora, a vitória valia o título inédito de campeão brasileiro para ele, mas novamente ficou em segundo lugar contra um inspirado Adriano de Souza. Com o resultado, Renan Pulga embolsou R$ 25.000 e terminou como vice-campeão brasileiro de 2025.
“Foi complicado, porque o mar não me ajudou muito. As ondas boas vieram pro Mineiro, então é um mix de emoções que estou sentindo”, disse Renan Pulga. “Fiquei perto outra vez, mas estou feliz pelo trabalho. Sei que, se eu cheguei até aqui, é porque as coisas estão sendo feitas da forma correta. Mesmo assim, foi um ano incrível. Essa reta final foi uma das melhores da minha carreira, duas finais seguidas aqui na Praia Mole, venci etapa da Taça Brasil também esse ano e disputei o título brasileiro no circuito que é o mais forte do mundo. Fico um pouco triste por não ter conseguido o objetivo. Ficou tão perto, até a última bateria do evento eu tinha chance, mas vamos pra próxima temporada, voltar mais forte no ano que vem”.
TAINÁ HINCKEL DECIDE OS TÍTULOS DAS QUATRO ÚLTIMAS ETAPAS
Na categoria feminina, Tainá Hinckel também viveu uma reta final de temporada ainda mais impressionante. Ela decidiu os títulos das quatro etapas seguidas que a Confederação Brasileira de Surf promoveu na Região Sul do país. Nas duas últimas da Taça Brasil 2025, ficou em terceiro na final em Torres (RS) e foi campeã em casa na Guarda do Embaú, em Palhoça. E nos dois Corona Cero Dream Tour Floripa na Praia Mole, perdeu para Laura Raupp na final da segunda-feira passada, mas neste domingo vingou essa derrota na semifinal. Depois, ganhou outro confronto de campeãs brasileiras com a cearense Juliana dos Santos.
“Que final de temporada irado”, disse Tainá Hinckel. “Estou muito feliz, porque queria muito finalizar o Dream Tour com uma vitória aqui na Praia Mole. Eu me dediquei muito, acreditei do início ao fim e o resultado veio, então é um momento superespecial. Hoje foram baterias disputadíssimas, as meninas estão surfando muito bem, então foi muito irado competir nesse evento. Eu entro na água sempre buscando dar o meu melhor e quando você tem adversárias que surfam muito, elevam o nível e faz com que você puxe seus limites também. Então, é uma vitória especial, porque tem atletas que dão show de surf e fazem a conquista ser ainda mais especial. Estou feliz e torço pelo sucesso de todas as meninas”.
CAMPEÃ BRASILEIRA INVICTA NAS ETAPAS COMPUTADAS NO RANKING
A derrota para Tainá Hinckel nas semifinais, foi a primeira da Laura Raupp na temporada 2025 do CBSurf Dream Tour. Mas, Laura Raupp é a primeira campeã brasileira invicta da história, sem perder nenhuma bateria nas três etapas que são computadas no ranking final da Confederação Brasileira de Surf. Ela ganhou as 5 baterias que disputou na Praia do Borete, em Ipojuca (PE), as 5 também na Praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP), e as 5 do primeiro Corona Cero Dream Tour Floripa na Praia Mole, quando foi coroada campeã brasileira de 2025.
Laura Raupp ainda tentava fechar a temporada 2025 invicta, mas Tainá Hinckel impediu esse feito inédito no duelo catarinense das semifinais. Com a vitória sobre Juliana do Santos na final depois, Tainá Hinckel acabou derrotando as outras duas campeãs brasileiras da história do Dream Tour, que foi encerrada no domingo na Praia Mole. Tainá foi a primeira campeã em 2023, Juliana dos Santos ganhou o título em 2024 e foi vice-campeã agora, no primeiro título da Laura Raupp. Jujú fechou mais uma temporada brilhante, no pódio da última etapa do ano.
“Estou muito feliz por botar mais uma final na conta. É o terceiro ano consecutivo brigando pelo título brasileiro, sempre em busca do lugar mais alto do pódio e isso me deixa muito animada pra próxima temporada”, disse Juliana dos Santos. “A final com a Tainá foi incrível. Foi um mar de poucas oportunidades, mas as ondas que vieram, eu soube aproveitar da melhor forma. No final, a Tainá pegou uma onda que deu a vitória pra ela, eu vim na de trás e infelizmente não consegui virar por alguns décimos, mas o surf tá no pé. Finalizamos a temporada como vice-campeã brasileira e vamos seguir nessa pegada no próximo ano”.
HISTÓRIA DO DREAM TOUR É ENCERRADA PARA INICIAR UM NOVO CICLO
O Corona Cero Dream Tour Floripa fechou com chave de ouro a história do Dream Tour na Praia Mole, onde a Confederação Brasileira de Surf distribuiu uma premiação histórica de 1 milhão de reais para os surfistas nessas duas semanas. Em 2026, será inaugurado um novo formato, unificando o Dream Tour e a Taça Brasil, abrindo o circuito mais importante da entidade para mais participantes. Esse ano, foi o último com uma elite de apenas 48 competidores na categoria masculina e 24 na feminina disputando as etapas.
Em 2026 já terá a novidade da mudança do nome CBSurf para SURF BRASIL e cada etapa poderá ter até 228 participantes, 168 no masculino e 60 na feminina. A nova elite nacional do SURF BRASIL será os Top-22 e as Top-11, que entrarão na fase mais avançada das etapas, já com a premiação mínima garantida e uma repescagem, se não vencerem suas primeiras baterias. Esse grupo está sendo formado esse ano, pelos 14 primeiros colocados no Dream Tour e 8 indicados pela Taça Brasil. No feminino, são as 7 melhores do Dream Tour e 4 classificadas pela Taça Brasil.
FLORIANÓPOLIS JÁ SE CANDIDATA PARA SEDIAR ETAPA DO SURF BRASIL
Uma das etapas do SURF BRASIL em 2026, pode ser novamente na Praia Mole, em Florianópolis. Somente a abertura da temporada já está confirmada para a Praia da Taíba, em São Gonçalo do Amarante, no litoral norte do Ceará. Inicialmente, serão quatro etapas com premiação de meio milhão de reais cada uma. No entanto, outras poderão ser incluídas no calendário, com mais dois níveis de premiação e pontuação no ranking, de R$ 300.000 e até uma de R$ 1.000.000, que é uma das metas da Confederação Brasileira de Surf.
“Florianópolis mais uma vez recebe as etapas do Brasileiro e hoje a final do circuito”, destacou o prefeito Topázio Neto, no pódio na Praia Mole. “Eu estou feliz e o que estamos fazendo, é só investindo cada vez mais, para dar ao surf a importância que ele tem pra nossa cidade e pro Brasil. É muito bom ter o Teco (Padaratz) a frente de todo esse processo, o pessoal da Federação Catarinense também e contem com a prefeitura, a cidade fica muito orgulhosa disso. O circuito terminou com chave de ouro, agora já estamos falando do planejamento do ano que vem e esse evento vai estar aqui de novo, não tenham dúvidas em relação a isso”.
TECO PADARATZ DESTACA MAIS UMA TEMPORADA DE SUCESSO
O presidente da Confederação Brasileira de Surf, Teco Padaratz, também falou no último pódio do ano: “É gratificante demais saber que a gente está terminando o ano com a missão cumprida, entregando todos os campeonatos que colocamos no calendário. Eu gostaria de agradecer ao Governo do Estado através do secretário Jefinho e o prefeito Topázio de Florianópolis também, que tem sido um parceiro desde o primeiro ano que a gente entrou na CBSurf. Quero dar os parabéns aos atletas, em especial aos vitoriosos do dia, o Adriano que agregou demais ao nosso campeonato, foi bonito de ver, o bicampeão brasileiro Douglas Silva, a Tainá por mais uma vitória maravilhosa pra Santa Catarina. Quero agradecer a todos que trabalham na CBSurf, vocês fizeram um ano incrível e o Dream Tour vai ficar na história do surf brasileiro. A partir do ano que vem, nós teremos outro nome, vamos falar SURF BRASIL e vocês verão nossa comunicação toda, com o nome SURF BRASIL, porque é isso que somos”.
“De surfista para surfista” é o lema da Confederação Brasileira de Surf, que realizou o Dream Tour 2025 com promoção da Dream Factory. Estas duas últimas etapas tiveram apresentação do Ministério do Esporte e Lei Federal de Incentivo ao Esporte, patrocínio master de Corona Cero e patrocínio de Gerdau, Prefeitura de Florianópolis através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, do Governo do Estado de Santa Catarina pela Fesporte (Fundação Catarinense de Esporte) e apoio de Ocean Pact, Super Koch, Banco Topázio, GND Incorporadora, Ocular Laser Brasil e Unimed Florianópolis, parceria da Fu-Wax, Mais Internet, MB Marketing & Eventos, suporte da Federação Catarinense de Surf, Associação de Surf da Praia Mole e parceria de mídia do Sportv, NSC Esporte e Atlântida.