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A espetacular Bethany Hamilton e as mulheres em Pipe

As brasileiras Tati Weston-Webb e Luana Silva, filha de pernambucanos, estão no Billabong Pro Pipeline

Bethany Hamilton . Foto: Tony Heff/WSL

Não dá para voltar a falar do Billabong Pro Pipeline sem abrir um enorme espaço para a espetacular Bethany Hamilton, exemplo de superação e amor ao surfe. Ver ela surfar em Pipeline nessa primeira etapa do circuito mundial da Wod Surf League é lembrar da força que uma paixão pode despertar em cada um de nós. Ela é o exemplo disso. Uma mulher sem igual que depois e sofrer um ataque de tubarão no Havaí perdeu o braço esquerdo enquanto surfava em 2003. Hoje, disputa de igual para igual com qualquer mulher do mundo. É um espetáculo emocionante vê-la surfar. Merece todos os adjetivos positivos que existam do mundo, é referência, é um exemplo para todos os seres humanos.

Bethany acabou entrando na vaga de Stephanie Gilmore na repescagem. A havaiana que um ano após o acidente, já estava competindo de novo, e vem fazendo até hoje, mesmo depois de ser mamãe. Bethany surfou um bom tubo no Backdoor, outro em Pipeline, para eliminar Caroline Marks na bateria vencida por Brisa Hennessy. Ela agora vai enfrentar a pentacampeã mundial Carissa Moore nas oitavas de final.

Bethany Hamilton. Foto:Tony Heff/WSL

“Nossa, estou muito feliz por estar aqui e agradeço muito pela oportunidade”, disse Hamilton“Recebi um grande apoio da torcida na areia e foi muito emocionante. Eu acabei de participar de um evento da Da Hui aqui em Pipe e as ondas estavam gigantes, então senti que estava preparada para competir. Hoje (domingo, 30/01), o mar está bem diferente, então tive que me adaptar, ainda mais sendo chamada de última hora e logo na fase eliminatória. Mas, está sendo incrível e agora estou na função mamãe, então tenho que manter a forma, surfar e me divertir. Agradeço muito a WSL por essa oportunidade”.

A brasileira Tatiana Weston-Webb passou em segundo lugar na segunda bateria do dia e nas oitavas de final vai enfrentar a havaiana que está competindo na vaga de convidada, Moana Jones Wong. As campeãs mundiais Carissa Moore e Tyler Wright também avançaram, assim como as cinco jovens estreantes na elite do CT. 

Tatiana Weston-Webb . Foto: Brent Bielmann/WSL
Foi no Backdoor, a onda para a direita, de Pipe, que a havaiana Malia Manuel surfou o melhor tubo do dia, arrancou a única nota no critério excelente dos juízes, 8,17. O recorde aconteceu na bateria da vice-campeã mundial Tatiana Weston-Webb, que não conseguiu sair dos tubos que entrou, tanto no Backdoor, como em Pipeline. Ela acabou superando a outra adversária do Havaí, Gabriela Bryan, na briga pela segunda vaga direta para as oitavas, com duas manobras numa esquerda.
“Para ser honesta, eu estava super estressada e queria aliviar isso pegando alguns tubos na bateria”, disse Malia Manuel, que mora na ilha Kauai, como Tatiana e Gabriela“Eu passei muito tempo em casa neste inverno e este é o meu primeiro inverno de verdade aqui em Pipeline. Eu estou com uma equipe muito boa, que me apoia bastante, mas é muito difícil treinar aqui. Então, não importa quanto tempo você fica lá dentro, pois às vezes tudo se resume em você estar no lugar certo, para pegar a onda certa”.

A recordista de nota do Billabong Pro Pipeline vai disputar a primeira vaga para as quartas de final com a australiana Sally Fitzgibbons, enquanto Tatiana Weston-Webb entra na terceira bateria com a havaiana Moana Jones Wong. Ela está participando do evento por ter vencido o HIC Pipe Pro em dezembro, em sua quarta final em etapas do WSL Qualifying Series em Pipeline. No sábado, Moana carimbou a faixa da pentacampeã mundial Carissa Moore, que se classificou em segundo lugar.

“Eu comecei a surfar Pipe quando tinha 12 anos e venho aqui surfar constantemente desde os 18”, contou Moana Jones Wong“Surfar contra a Carissa (Moore) me motivou a fazer o meu melhor, porque ela é a melhor surfista do mundo. Eu a admiro muito e quero poder surfar e competir tão bem quanto ela”. Moana não foi a única surpresa. As cinco estreantes no CT 2022, na maior renovação na elite da história, também avançaram para as oitavas de final no domingo. O Billabong Pro Pipeline já começou com uma delas, Molly Picklum, australiana de 19 anos de idade, vencendo a primeira bateria do ano, contra as experientes Sally Fitzgibbons, 31 anos, e Courtney Conlogue, 29. Outa novata, Bettylou Sakura Johnson, de apenas 16 anos, fechou a primeira fase também com vitória, sobre duas surfistas que já foram vice-campeãs mundiais, Lakey Peterson, 27 anos, e a jovem Caroline Marks, 19 anos.


Luana Silva . Foto: Tony Heff/WSL

Mais duas estreantes, Gabriela Bryan de 19 anos e Luana Silva de 17, havaianas como Bettylou, ficaram em último nas suas primeiras baterias. Mas, conquistaram as últimas vagas para as oitavas de final na repescagem, eliminando Courtney Conlogue em 17.o lugar no Billabong Pro PipelineGabriela vai enfrentar a costa-ricense Brisa Hennessy na sexta bateria e Luana disputará a última vaga para as quartas de final com a norte-americana Lakey Peterson. A quinta novata é a australiana India Robinson, 21 anos, que iria estrear contra duas campeãs mundiais. Mas, a heptacampeã Stephanie Gilmore testou positivo para o Covid-19 e não competiu, então ela foi automaticamente classificada para as oitavas de final, junto com a bicampeã Tyler Wright, que venceu a primeira etapa do CT 2021 encerrada em Pipeline, em dezembro de 2020. Nessa bateria só entre duas surfistas, Tyler surfou bons tubos no Backdoor para fazer a maior somatória do dia, 11,83 pontos nas duas notas computadas.

Sally Fitzgibbons. Foto:Brent Bielmann/WSL

Além da inédita etapa do CT feminino em Pipeline, as mulheres também celebram nesse ano, a primeira temporada do World Surf League Championship Tour com igualdade total com os homens. A mesma premiação elas já vinham recebendo nos últimos anos e agora, pela primeira vez na história, todas as etapas terão as categorias masculina e feminina sendo disputadas no mesmo período. Inclusive em ondas desafiadoras que somente os homens competiam, como essa em Banzai Pipeline, a de G-Land na Indonésia e a dos temidos tubos de Teahupoo, no Tahiti.



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