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João Chianca foi o destaque do Brasil em Supertubos

Na terceira etapa do CT da WSL em Portugal, sete brasileiros disputarão vagas para as oitavas de final: Ítalo Ferreira, Miguel e Samuel Pupo, João Chianca, Filipe Toledo, Caio Ibelli e Jadson André. Ítalo vai abrir a terceira fase da etapa portuguesa do CT 2022 e os irmãos Miguel e Samuel Pupo se enfrentam na segunda bateria. A surfista Silvana Lima foi uma das homenageadas no especial da WSL para o Dia Internacional da Mulher.

João Chianca . Foto::WSL / Damien Poullenot)

O Brasil segue no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl com apenas um surfista eliminado e sete vão disputar vagas para as oitavas de final desta terceira etapa do World Surf League Championship Tour 2022. Quatro se classificaram na sexta-feira,04/03, e João Chianca foi o destaque da seleção brasileira nos tubos de Supertubos. O vice-campeão mundial, Filipe Toledo, ganhou o primeiro confronto do dia; e Caio Ibelli e Miguel Pupo também estrearam com vitórias em Peniche.  

Na quinta-feira, as manobras aéreas arrancaram as maiores notas do dia, com Italo Ferreira sendo o recordista absoluto com nota 8,50 e 16,17 pontos. Na sexta-feira, as condições do mar mudaram e Supertubos fez juz ao seu nome em um dia de muitos tubos a tarde toda, depois que a competição retornou às 12h30 em Peniche, na enchente da maré. No início do dia, só foi possível realizar duas baterias na maré seca e Filipe Toledo ganhou a primeira.  

Filipe Toledo . Foto: Damien Poullenot/WSL

“O mar estava muito difícil com a maré secando bastante. Mas, consegui fazer duas ondas medianas, que foram suficientes para passar a bateria. Nessa condição (do mar), qualquer onda acima de 3 pontos já seria muito boa, então estou amarradão por ter passado e agora é focar no próximo round”, disse Filipe Toledo, que está homenageando a tenista Maria Esther Bueno em sua lycra, na celebração especial promovida pela World Surf League pelo Dia Internacional da Mulher.  

Outra vitória brasileira marcou o retorno da primeira fase do MEO Pro Portugal no início da tarde da sexta-feira. As condições do mar ainda não estavam boas, principalmente pela força do vento agindo negativamente na formação das ondas. Mas, Caio Ibelli achou um bom tubo no começo da bateria. A nota 5,67 que recebeu, foi a maior do confronto que terminou com a vitória do número 4 do ranking por 8,20 pontos, contra 7,73 do português Frederico Morais e 7,67 de Conner Coffin, que foi para a repescagem.  

Caio Ibelli . Foto: Thiago Diz/WSL

“Eu tava vendo o mar antes da bateria e não tinha nada de onda surfável. Então, quando consegui a nota 5 (5,67), já fiquei até mais aliviado”, contou Caio Ibelli. “Depois, fui em várias ondas que fecharam e até fiz um ‘claim’ numa onda que os juízes me deram uma nota 2 (2,53). Com ela, garanti a vitória e veio na hora certa, então não fiquei envergonhado de vibrar não… talvez só um pouquinho (risos)”. Caio Ibelli perdeu sua vaga na elite do CT no ano passado, mas foi chamado para substituir o tricampeão mundial Gabriel Medina no Havaí e aproveitou muito bem o convite da World Surf League. Ele chegou nas semifinais das duas etapas, em Pipeline e em Sunset Beach, passando a ser o melhor brasileiro no ranking neste início de temporada. Agora, terá um confronto direto no G-5, contra Kelly Slater na terceira fase.  

Logo após a bateria de Caio Ibelli, Supertubos bombou altas ondas e o bicampeão mundial John John Florence comandou o show nos tubos, batendo os recordes dos aéreos de Italo Ferreira na quinta-feira. O primeiro que completou foi incrível, ficando muito profundo numa direita e saindo na baforada para receber nota 9,07 dos juízes, a maior da Etapa até agora. O outro havaiano da bateria, Ezekiel Lau, também fez um belo tubo que valeu 7,17. Mas, John John surfou outro tubaço impressionante nas esquerdas, para atingir 17,57 pontos com nota 8,50.  

Joao Chianca . Foto: Damien Poullenot/WSL

O brasileiro João Chianca aproveitou a boa hora do mar, para fazer a melhor apresentação brasileira do dia. Criado nas ondas de Saquarema, Chumbinho já começou a bateria botando pra dentro de uma onda díficil e largou na frente com nota 6,17. Depois, surfou um tubão incrível que valeu nota 8,00, para vencer por 14,17 pontos. O novato na seleção brasileira da WSL este ano, voltou a derrotar a sensação australiana, Jack Robinson, como tinha feito em Pipeline. Os dois mandaram o italiano Leonardo Fioravanti para a repescagem.  

“Eu estava bem empolgado quando vi quem estava na bateria comigo. Os dois são ótimos nessas condições, então imaginei que a bateria ia ser boa e é sempre bom começar um evento com vitória”, disse João Chianca. “Eu me sinto bem confortável aqui. Já vim umas oito vezes pra cá, tenho ótimos amigos, gosto da cultura e é um lugar onde me divirto bastante. A gente pegou uns cinco dias consecutivos de altas ondas, com tubos perfeitos o dia inteiro, antes do campeonato. Então, estou feliz por ter vencido a minha primeira bateria aqui”.  

Miguel Pupo . Foto: Thiago Diz/WSL

João Chianca é irmão do campeão mundial de ondas gigantes, Lucas Chumbo Chianca. Ele escolheu a guerreira brasileira Silvana Lima como inspiração para homenagear em sua lycra: “Ela fez um ótimo trabalho representando o Brasil por tantos anos no Circuito Mundial. É uma pessoa muito gente boa, sempre me tratou superbem, sempre foi gentil comigo e tenho muito respeito pela sua história, então tiro o chapéu para ela”.  

Logo após a estreia do João Chianca, Miguel Pupo entrou no mar e as ondas praticamente sumiram na sua bateria. Mesmo assim, ele conseguiu fazer boas manobras para derrotar dois australianos por 7,67 pontos, contra 7,17 de Morgan Cibilic e 5,40 de Ryan Callinan. Assim como Filipe Toledo, Miguel Pupo está competindo com o nome da tenista Maria Esther Bueno na sua lycra do MEO Pro Portugal A única baixa na seleção brasileira em Portugal foi Deivid Silva. Ele estreou numa bateria duríssima, contra o líder do ranking e o número 6, Barron Mamiya e Ethan Ewing, respectivamente. DVD não surfou nada nessa sua primeira participação em Supertubos. Depois, não conseguiu aproveitar a segunda chance de classificação na bateria que fechou a sexta-feira, sendo eliminado por Ryan Callinan e Leonardo Fioravanti na última repescagem. Com a derrota em 33.o lugar, deve perder seu lugar no grupo dos top-22 do ranking.  

O recordista em finais na etapa portuguesa em Supertubos, Italo Ferreira vai abrir o próximo dia, disputando a primeira vaga para as oitavas de final com o havaiano Imaikalani Devault. A segunda bateria será histórica para o Brasil, com o primeiro duelo eliminatório dos irmãos Miguel e Samuel Pupo na divisão de elite da World Surf League.  

Kolohe Andino .Foto:Damien Poullenot/WSL

Depois, ainda pela chave de cima do evento, que vai apontar o primeiro finalista do MEO Pro Portugal, tem o vice-campeão mundial Filipe Toledo contra o australiano Owen Wright na quinta bateria e João Chianca com o californiano Conner Coffin na sétima. Os outros brasileiros vão fechar a terceira fase, em mais dois confrontos com surfistas dos Estados Unidos, logo após o peruano Lucca Mesinas enfrentar Kolohe Andino.  

A penúltima bateria será entre Jadson André e Griffin Colapinto, com os dois tentando entrar na lista dos 22 primeiros colocados no ranking, que permanecerão disputando o WSL Championship Tour na segunda metade da temporada. Já a briga pela última vaga para as oitavas de final, envolverá dois integrantes do seleto grupo dos top-5 do ranking, que se classificarão para disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals, Caio Ibelli e Kelly Slater.  

Na campanha promovida pela WSL em Portugal, pelo Dia Internacional da Mulher, Caio está homenageando na sua lycra de competição, a surfista australiana campeã mundial de 2005, Chelsea Hedges: “Ela foi a primeira mulher que eu vi em filmes de surfe e pensava: nossa, ela está muito a frente no tempo, com um surfe muito moderno. Acho que se ela estivesse no Tour hoje em dia, estaria brigando pelo título mundial. Ela tinha um surfe muito radical, como nunca tinha visto antes. Ela é um ídolo para mim”.              

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