Dia dos Namorados foi no domingo passado, mas João Chianca e Summer Macedo tiveram mais um motivo para festejar neste sábado, com as vitórias conquistadas no LayBack Pro Rio no santuário ecológico da Prainha, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro título da Summer em etapas do World Surf League (WSL) Qualifying Series e a segunda do Chumbinho, que fez parte da elite do Championship Tour até a metade da temporada. As finais foram contra o paulista Edgard Groggia e a peruana Daniella Rosas. As vitórias na primeira etapa do WSL Qualifying Series realizada na paradisíaca e preservada Prainha, foi como uma revanche. Curiosamente, essas mesmas decisões aconteceram no QS 1000 de Salinas, no Equador, no ano passado. Lá, Edgard Groggia e Daniella Rosas impediram que os namorados comemorassem os títulos, mas a vingança veio agora no lugar onde João Chumbinho, de Saquarema, sempre treina. Summer também tinha perdido outra final para a peruana, no segundo LayBack Pro na Praia Mole de Florianópolis (SC), em abril deste ano. “Eu entrei nesse campeonato pra seguir meu instinto, minha intuição, eu queria fazer as baterias do jeito certo e acho que eu aprendi muito no CT, mas cometi muitos erros também”, disse João Chianca. “A gente tem que permanecer de pé, consciente e sempre positivo. Desde que eu saí do CT com muita tristeza, eu só pensei em continuar treinando, porque o ano é longo. Tem muita coisa para acontecer pela frente e uma vitória é sempre bom. Eu tenho pedido isso e veio aqui nesse lugar que eu tanto gosto de surfar”. |
Chumbinho também comentou sobre a sua participação no Oi Rio Pro apresentado pela Corona em Saquarema, como convidado da etapa brasileira do CT que começa quinta-feira na sua cidade: “O CT em casa vai ser bem legal, uma experiência que sempre sonhei em competir de frente para os meus amigos, minha família. Então, essa vitória aqui foi uma versão menor do que vai acontecer nas próximas semanas. Estou bem confiante para competir em casa”. João Chianca ainda respondeu sobre a primeira vitória da sua namorada, Summer Macedo, que nasceu no Havaí, mas é filha de pais brasileiros e em 2021 passou a defender o Brasil no Circuito Mundial: “Com certeza, a Summer merecia. Ela bateu na trave várias vezes e acho que é mérito dela. A gente vai bater na trave várias vezes na vida e eu sempre falei a ela que o resultado ia vir. Dessa vez veio e veio como revanche, então o gosto deve ser até melhor”. |
Certamente, a peruana Daniella Rosas devia estar engasgada, pois derrotou Summer Macedo em duas finais já, no Equador e em Florianópolis. Essa no último LayBack na Praia Mole, foi a mais difícil de aceitar, pois se vencesse o campeonato, ela se classificaria para disputar vagas para o CT no WSL Challenger Series deste ano. Com a derrota, Daniella confirmou a sua compatriota, Arena Rodriguez, na quarta e última vaga da América do Sul. Summer acabou ganhando um convite para competir nas duas etapas que abriram o Challenger Series 2022 na Austrália, mas não conseguiu passar nenhuma bateria na Gold Coast e nem em Sidney. No sábado, na semifinal contra a jovem Yasmin Neves, ela bateu os recordes de Daniella Rosas na categoria feminina do LayBack Pro Rio. Aumentou de 8,00 para 8,67 a maior nota nas ondas da Prainha e a maior somatória de 15,17 para 15,50 pontos. |
“Depois dos meus resultados fracos na Austrália, vim para cá sem confiança, sem expectativa, meio desmotivada”, contou Summer Macedo. “Eu demorei para me recuperar psicologicamente, porque eu esperava ter tido uma performance melhor na Austrália. Eu precisava dar um “restart”, mas não imaginava que seria com esse resultado. Essa é a minha primeira vitória no QS. Já fiz umas sete, oito finais, mas nunca tinha vencido. Então, hoje foi o meu dia, estou muito feliz e quero dedicar essa primeira vitória ao meu pai, que fez aniversário ontem”. A primeira decisão de título no sábado começou por volta do meio-dia, reeditando a final do último LayBack Pro em abril na Praia Mole de Florianópolis (SC) e do QS de Salinas, no Equador, em 2021. A peruana Daniella Rosas chegou na final derrotando outra brasileira, a catarinense Tainá Hinckel, que se manteve em quarto lugar no grupo das quatro surfistas que o ranking da WSL Latin America, vai classificar para o Challenger Series de 2023. As ondas estavam menores do que os outros dias, mas ainda tinha boas direitas no canto esquerdo da Prainha, para garantir o show de surfe no sábado decisivo do LayBack Pro Rio. A bateria começou com as duas surfando ondas fracas. Summer Macedo acha a primeira boa, que abre a parede para combinar três batidas e rasgadas que valeram 4,70. Daniella também surfa uma direita que rende três manobras, porém erra a finalização. As duas surfam de novo as ondas que entraram em outra série e segue o troca-troca na liderança. |
A peruana assume a ponta com 6,17 e a brasileira retoma o primeiro lugar com 5,93. Mas, a diferença era pequena, com Daniella precisando de 4,46 quando a bateria entrou nos 10 minutos finais. O mar deu uma parada, com as duas lado a lado esperando a entrada de mais ondas. A peruana só pega uma quando já restavam 5 minutos e errou sua segunda manobra. A prioridade para escolher a próxima ficou para Summer Macedo, que marcou a peruana de perto até o fim, para festejar a sua primeira vitória em etapas do QS, por 10,63 a 10,50 pontos. A final masculina começou mais forte, com João Chianca e Edgard Groggia tentando aproveitar ao máximo cada espaço das direitas do canto esquerdo da Prainha. A primeira do Edgard valeu 6,50 e a segunda do Chumbinho recebeu 5,93. A batalha prosseguiu onda a onda, até João surfar três direitas seguidas, com mais parede para combinar batidas e rasgadas muito fortes, que arrancaram notas 5,63, 6,63 e 7,50. Com estas duas últimas, abriu uma vantagem mais sólida de 7,63 pontos. Depois, o máximo que Edgard Groggia conseguiu foi 5,67 e João Chianca foi o campeão do primeiro LayBack Pro Rio na Prainha, por 14,13 a 12,17 pontos. |
O paulista do Guarujá não conseguiu impedir, dessa vez, que pela primeira vez um casal de namorados comemorasse vitórias numa mesma etapa da World Surf League. Summer Macedo tinha conquistado a primeira dela na bateria anterior, mesmo competindo com uma contusão no pé. Para chegar na decisão do título na Prainha, Edgard Groggia passou pelo argentino Santiago Muniz, que havia feito um novo recorde de 17,54 pontos para o LayBack Pro Rio, somando uma nota 9,17 na quarta de final com o bicampeão brasileiro, Krystian Kymerson. Santiago superou os 17,47 pontos que João Chianca tinha atingido na sexta-feira, com notas 8,87 e 8,60. O argentino só não bateu a nota 9,50 que Anderson da Silva, o Pikachu criado nas ondas do Arpoador, recebeu com suas três pancadas de backside na melhor onda da semana na Prainha. Santiago Muniz terminou empatado em terceiro lugar com o jovem paulista Ryan Kainalo, que também deu trabalho para João Chianca na outra semifinal. |
TOP-10 DO RANKING 2022/2023 DA WSL LATIN AMERICA – 6 etapas: 01: Miguel Tudela (PER) – 4.000 pontos 02: Gabriel André (BRA) – 3.175 03: José Gundesen (ARG) – 2.895 04: Ryan Kainalo (BRA) – 2.745 05: Heitor Mueller (BRA) – 2.645 06: Weslley Dantas (BRA) – 2.391 07: Santiago Muniz (ARG) – 2.300 08: Igor Moraes (BRA) – 2.068 09: Lucas Vicente (BRA) – 2.055 10: Krystian Kymerson (BRA) – 1.710 TOP-10 DO RANKING 2022/2023 DA WSL LATIN AMERICA – 6 etapas: 01: Sol Aguirre (PER) – 4.500 pontos 02: Dominic Barona (ECU) – 3.475 03: Arena Rodriguez Vargas (PER) – 3.290 04: Tainá Hinckel (BRA) – 3.245 05: Isabelle Nalu (BRA) – 3.125 06: Silvana Lima (BRA) – 2.946 07: Melanie Giunta (PER) – 2.923 08: Daniella Rosas (PER) – 2.450 09: Genesis Garcia (ECU) – 2.423 10: Kiany Hyakutake (BRA) – 2.240 |