O cearense Cauã Costa, radicado no Rio de Janeiro, voou de frontside e manobrou forte de backside para vencer a final do Maricá Surf Pro AM 2022 nas ondas de Ponta Negra, Região dos Lagos (RJ). Etapa contou pontos para a Taça Brasil da CBSurf e para o Estadual do Rio. O paulista de Maresias, Igor Moraes, foi o vice-campeão, o buziano Kalany Ratto terminou em terceiro e o pernambucano Luel Felipe ficou em quarto lugar. A santista Julia Santos foi a campeã pela primeira vez na carreira entre as profissionais e Silvana Lima fica em segundo lugar. Etapa conta pontos para a Taça Brasil da CBSurf e para o Estadual do Rio.
A final masculina não aconteceu no melhor momento do mar no dia, porém as séries com ondas de meio metro, com formação regular, ainda ofereciam muitas oportunidades para os atletas. Cauã pegou as duas primeiras ondas da final e voou de frontside com reverse nas duas. Ele abriu com 5.17 e fez mais 6.50 pontos.
Os adversários correram atrás de Cauã, mas as ondas deram uma sumida de Ponta Negra. Quando as direitas e esquerdas voltaram a aparecer, Cauã fez três batidas de backside, anotou 7.50 pontos e abriu vantagem no placar.
Igor Moares precisava de uma nota no critério excelente para vencer. Ele chegou perto com 7.83 pontos quanto restavam seis minutos para o fim, porém não teve mais tempo de reação e ficou em segundo lugar. Kalany Ratto terminou em terceiro lugar, e o pernambucano Luel Felipe, que chegou a ficar na segunda posição, terminou em quarto.
“Muito feliz de ter vencido mais um campeonato profissional. É o segundo na minha carreira. Só tenho a agradecer a Deus pelo que tem acontecido na minha vida. Estou felizão, amarradão de ter ganhado aqui em Maricá. O foco continua, nada mudou, vamos continuar nos treinos para os próximos eventos e vamos com tudo. Obrigadão, galera!”, disse Cauã, que venceu pela primeira vez entre os profissionais no início deste mês de julho, na cidade de Búzios (RJ).
Sobre o inícoi forte na final, Cauã disse: “Eu costumo abrir as baterias com duas notas, duas ondas boas pra ficar sólido, pra ter pelo menos uma nota de base. Depois fui só trocando e deu certo. Estou amarradão por isso!”.
Cauã teve que passar duas fase para chegar na final. Antes do início das disputas, o Diretor de Prova, Marcelo Andrade, se reuniu com os atletas masculinos e femininos e a maioria votou pelo início dos confrontos. As baterias ganharam mais 10 minutos e tiveram um total de 30 de duração.
Cauã passou pelas quartas em segundo lugar na terceira bateria. Quem venceu o duelo foi Fernando Junior, surfista de Maresias que entrou em sintonia com o pico de Ponta Negra. Ele abriu a disputa com 6.00 pontos e aos 19 minutos se firmou na liderança com mais 7.00, conquistados com três batidas.
O campeão da etapa, Cauã, marcou duas notas na casa dos seis pontos (6.20 e 6.17). Na melhor performance ele fez um ataque de três manobras de backside. O pernambucano Douglas Silva (3º) e o carioca Leandro Bastos (4º) deram adeus à competição.
Na semifinal Cauã também passou em segundo lugar. Quem começou melhor a segunda semi masculina foi Igor Moares. O paulista fez duas manobras contundentes numa esquerda e largou com 8.00 pontos. Perto da metade do duelo ele disparou na frente com mais 6.33. A vitória dele com a maior média do dia, 14.33.
Aos sete minutos o ubatubense Hizunome Bettero cometeu interferência em cima de Cauã, e foi penalizado com a perda da metade dos pontos de sua segunda melhor nota.
O capixaba Rafael Teixeira estava em segundo lugar com duas notas na casa dos cinco pontos (5.50 e 5.73), mas Cauã aprontou quando restavam seis muito para o fim. Ele estava em quarto lugar e tinha a quarta prioridade, mas remou numa onda que nenhum outro surfista quis. Ele acelerou, decolou e fez uma rotação completa antes de aterrissar. Cauã precisava de 6.13 pontos e pulou pra segundo com 7.60. Rafael terminou a disputa em terceiro lugar e Hizunome em quarto.
Esta quinta-feira foi o terceiro dia do Maricá Surf Pro AM 2022 e as mulheres também competiram. Elas foram as primeiras a irem para o mar. A saquaremense Taís Almeida mostrou mais sintonia com Ponta Negra e venceu a primeira bateria das quartas femininas. Na melhor apresentação, nos segundos finais, ela executou uma forte batida de frontside para anotar 6.17 pontos e confirmar a vitória.
A cearense Ariane Gomes travou uma dura batalha contra a pernambucana Nicole Santos pela segunda vaga nas semifinais. Nicole liderava até os últimos minutos, mas sofreu a virada de Ariane, que anotou 3.87 pontos com uma batida vertical de backside. Nos segundos finais a cearense foi em busca dos 4.12 que precisava. Ela bateu de backside, anotou 4.33 e avançou.
“Tá bem difícil mesmo, não queria nem entrar hoje no mar, estava botando pilha pra rolar amanhã. Mas graças a Deus eu consegui duas notas médias ali no começo que me deixaram tranquila, e nessa última eu consegui aumentar meu score e passar pra próxima fase. É isso, espero pegar boas ondas e chegar até a final”, disse Taís logo após a bateria.
Yanca Costa dominou a segunda bateria das quartas femininas. No meio do duelo a cearense radicada no Rio pegou duas ondas em dois minutos, uma direita e uma esquerda, e com duas manobras em cada anotou 5.00 e 6.67 pontos.
Em segundo lugar ficou a paulista de São Vicente, Julia Santos. Ela demorou 18 minutos para entrar em ação, mas marcou 4.13 pontos com uma rasgada de frontside. Depois ela assumiu o segundo lugar com 2.13, e na sequência melhorou o somatório com mais 3.23. A cearense Tainara Vieira (3ª) e a catarinense Natalie Plachi (4ª) se despediram da etapa.
“Estou muito feliz! Estou encaixada na vala, estou me sentindo muito bem, minhas pranchas estão boas. Estou feliz de estar aqui, todo mundo está aqui, meu pai está aqui de novo, como em Geribá. Vamos nessa, vamos com tudo e se Deus quiser fazer mais uma final”, comentou Yanca.
A terceira disputa foi dominada pelas cearenses. Larissa dos Santos fez um ataque sólido de frontside nas esquerdas de Ponta Negra e venceu com as notas 6.00 e 5.97 pontos. Silvana Lima ficou com a segunda vaga nas semifinais. A surfista não estava bem no confronto, mas aos 17 minutos entrou no jogo com uma direita que teve um rápido floater e uma batida na junção (5.00). Quatro minutos depois ela surfou outra direita e com uma rasgada forte (4.93) pulou pra segunda posição. Em terceiro lugar ficou a baiana Potira Castaman. A carioca Sofia Tinoco terminou na quarta posição.
“Estou muito feliz com a minha performance nesse evento. Estou surfando feliz, estou fazendo o que sei fazer, que é surfar e me divertir. Sabia que tinha que surfar muito junto com a Silvana e as meninas da nova geração que está vindo. Estou muito feliz com a minha performance. Vamos pra próxima”, comentou Larissa.
A última disputa das quartas de final femininas foi dominada pela pernambucana Monik Santos e pela carioca Julia Duarte. As duas terminaram empatadas no placar (10.60), mas Monik venceu por ter feito a maior nota entre as duas (6.17), com uma rasgada e uma batida na junção.
A paraibana Diana Cristina tentou uma reação no final (5.77), mas não conseguiu avançar e terminou em terceiro lugar no confronto. Em último ficou a cearense Juliana dos Santos.
Deu São Paulo na categoria feminina em Maricá. Julia Santos, de Santos, faturou o título da etapa . A competição distribuiu R$ 100 mil reais em premiação.
As finais femininas foram realizadas em ondas de quase 1 metro nas maiores séries. A primeira semi foi muito disputada e o resultado final só foi decidido bem perto do fim.
Julia Santos arrancou 3.50 e 6.00 pontos e ficou na liderança até perto do final. A saquaremense Taís Almeida, que estava em terceiro lugar, surfou quando restavam pouco mais de um minuto para o fim e acertou uma forte batida de frontside. Com a atuação ela anotou 8.00 pontos e pulou para a primeira posição. Julia ainda teve tempo de surfar e fez duas manobras bem definidas numa esquerda. Ela precisava de 6.84 para reassumir o primeiro lugar e marcou 7.40 para vencer a disputa.
A carioca Julia Duarte, que estava em segundo até sofrer a virada de Taís, terminou na terceira posição na bateria e finalizou sua participação no evento em quinto lugar. A cearense Larissa dos Santos ficou em quarto na disputa e em sétimo no Maricá Surf Pro AM 2022.
A final teve 30 minutos de duração e começou com a cearense Yanca Costa encontrando uma boa onda. Ela fez duas rasgadas, a segunda mais forte, porém errou a terceira manobra, uma batida. Ela recebeu 4.50 pontos pela performance. Aos cinco minutos Julia fez uma batida, um layback e outra pancada numa pequena junção. A nota foi 6.67 pontos.
Silvana Lima deu o troco rapidamente. A cearense pegou uma esquerda, fez uma rasgada bem definida, depois executou outra rasgada e ainda bateu na parte menor da onda. Com a atuação ela recebeu 8.50 pontos e assumiu a liderança.
Dez minutos depois Julia marcou outra nota na casa dos seis pontos. A paulista fez uma única manobra de frontside, uma potente batida na junção. Ela necessitava de 2.44 para assumir a primeira posição e fez 6.50. Um minuto depois Silvana tentou retomar a liderança. Ela foi pra direita, fez uma batida e rasgou forte, porém a prancha derrapou e ela caiu. Ela precisava de 4.67 e fez 3.30. Esse erro custou o título para Silvana, que não conseguiu melhorar seu somatório e terminou como vice-campeã. Yanca terminou em terceiro lugar com duas notas na casa dos quatro pontos, e a saquaremense Tais Almeida terminou na quarta posição.
“Na real, estou muito feliz, não tenho nem palavras pra falar agora. Minha primeira vitória como profissional, primeira vez que eu venço um evento. Fui campeã brasileira, mas ainda não tinha conseguido ganhar um evento. Está sendo emocionante, porque pela primeira vez eu viajei sozinha. Eu queria que meus amigos estivessem aqui pra estarem comemorando comigo, mas estou muito feliz e só posso agradecer a Deus por ter sido como foi, e por tudo que tem acontecido na minha vida”, disse uma emocionada Julia logo após sair da água.
“Essa vitória é pra minha mãe. Ela deve estar amarradona, deve estar assistindo em casa. Também agradeço ao meu treinador. Ele está acompanhando outros atletas em São Paulo. Não posso esquecer também do meu amigo Marquinhos, o Kinho, o Ed… a gente sempre está viajando junto. Dessa vez eles não conseguiram vir, mas tenho certeza que ele estão felizes lá. É isso, quero agradecer a todo meu time, meu patrocinador principal, todo mundo que torce por mim. Estou muito feliz!”, comentou Julia, que também falou da final.
“A Silvana pegou uma onda muito boa de 8.50, mas eu fiquei tranquila pois eu tinha uma nota seis. Eu sabia que precisava de uma nota boa também pra equilibrar o jogo, e as outras meninas precisavam de notas altas. Quando restavam sete minutos eu pensei em marcá-la e foi o que eu fiz, eu joguei o jogo, fiquei ali com ela. Ela precisava de pouco, então eu não tinha muito o que fazer, a não ser marcá-la e deu tudo certo”, finalizou a campeã Julia Santos.
A vice-campeã Silvana Lima chegou na final após vencer a segunda semi feminina. A cearense entrou no ritmo da bateria perto dos dez minutos finais. Silvana marcou 6.93 pontos com duas manobras de backside, depois colocou 4.60 e no final aumentou a distância para as adversárias com mais 5.60.
A cearense radicada no Rio, Yanca Costa, começou melhor o duelo, com 5.17 pontos, porém depois sofreu a virada da pernambucana Monik Santos. Yanca foi em busca da classificação quando restavam três minutos para o fim. Ela, que precisava de 3.30, rasgou e bateu de backside numa onda pequena, conquistou 3.53 e pulou pro segundo lugar. Monik terminou em terceiro e a cearense Ariane Gomes terminou na quarta posição.
Após as disputas profissionais do Maricá Surf Pro AM 2022, e as vitórias de Julia Santos e Cauã Costa, chegou a vez dos atletas amadores na prova válida pelo Estadual do Rio. A primeira chamada para eles acontece neste sábado, 30/07, às 7h30, quando, de acordo com as condições do mar, o cronograma será definido. Nenhuma categoria está dispensada da chamada.
Os surfistas amadores serão distribuídos nas categorias Sub-18, Sub-16, Sub-14 e Sub-12 (masculino e feminino). Dez mil reais estão em jogo entre os juniores.
Com informações de Carlos Matias