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Maracaípe Surf Adaptado 2022 promove a inclusão entre os surfistas

Um campeonato nacional promovido pela CBSurf para surfistas com habilidades especiais será o atrativo na belíssima praia do litoral sul pernambucano, que além de surfe, trará ídolos do esporte para palestra com Carlos Burle  e show com Teco Padaratz

Pernambucano Roberto Pino é campeão mundial na categoria. Foto: Alexandre Gondim/@blogdosurfe

A clássica praia de Maracaípe, em Pernambuco, receberá nesse fim de semana, de 16 a 18/09, um evento completamente inédito no surfe brasileiro, a primeira seletiva de Parasurf da história do Brasil. A CBSurf, organizadora do evento, incluiu a categoria em definitivo no quadro oficial das competições como parte integrante do calendário nacional. Potencializando e fortalecendo a categoria que a partir de 2028 poderá se tornar esporte Paraolímpico. O surfe Paraolímpico brasileiro já fez oito campeões mundiais e o Brasil figura no cenário internacional como maior potência do esporte.

Na praia pernambucana os competidores disputarão a classificação para o mundial da International Surfing Association (ISA) que acontece em dezembro na Califórnia (EUA)  e a Confederação fará a maior ação de inclusão social já promovida pela entidade que tem a meta de aumentar o número de etapas da categoria para os próximos anos sediando uma etapa mundial aqui no Brasil.

Otavio Pino segue os “grandes” passos do pai Roberto. Foto: Alexandre Gondim/@blogdosurfe

Nessa primeira edição 40 atletas de 10 diferentes estados do Brasil, incluindo atletas de estado sem mar, como o pantaneiro Mato Grosso do Sul, serão divididos em nove categorias no masculino e três categorias no feminino, são elas:

1.Classe Funcional OS, S1 Masculino: Atletas que surfam ondas em pé com uma deficiência na parte superior do corpo ou baixa estatura;

2. Classe Funcional PS, S2 Masculino: Atletas que surfam ondas em pé com um comprometimento na parte inferior do corpo, abaixo do joelho.

3. Classe Funcional OS, S3 Masculino: Atletas que surfam ondas em pé com um comprometimento na parte inferior do corpo, acima do joelho.

4. Classe Funcional OS, Knee Masculino: Atletas que surfam de joelhos ou sentado na posição.

5. Classe Funcional OS, Sit Masculino: Atletas que surfam ondas sentados sem que precisem de assistência remando e/ou retornando pra prancha.

6. Classe Funcional OS, Prone 1 Masculino: Atletas que surfam ondas em decúbito ventral.

7. Classe Funcional OS, Prone 2 Masculino: Atletas que surfam ondas em decúbito ventral e precisam de ajuda para remar nas ondas e enquanto estiverem dentro d’água.

8. Classe Funcional PS, VI 1 Masculino: Atletas com deficiência visual com cegueira total.

9. Classe Funcional PS, VI 2 Masculino: Atletas com deficiência visual, com cegueira parcial.

10. Classe Funcional OS, S1 Feminino: Atletas que surfam ondas em pé com uma deficiência na parte superior do corpo ou baixa estatura.

11. Classe Funcional OS, S2 Feminino: Atletas que surfam ondas em pé com um comprometimento na parte inferior do corpo, abaixo do joelho.

12. Classe Funcional OS, Prone 2 Feminino: Atletas que surfam ondas em decúbito ventral e precisam de ajuda para remar nas ondas e enquanto estiverem dentro d’água.

Familia Pino, Pai e filho competem na mesma categoria a funcional OS, S1 masculino. Foto: Alexandre Gondim/@blogdosurfe

Também será oferecido uma série de atividades que irão desafiar pessoas sem qualquer tipo de limitação a vivenciar o cotidiano e experiências de uma pessoa com mobilidade reduzida. O intuito é fazer com que elas sintam de maneira diferente as situações que nunca vivenciaram, tendo a real noção da dificuldade de um PCD. Entre as atividades diárias estrão: Vôlei sentado, Voo de paraglider, banho de mar em cadeiras anfíbias, calçada sensorial, clínica de surfe, dentre outras sugeridas pela Universidade Uninassau que coordenará todo o trabalho de inclusão social junto com a CBSURF e a ONG “Rodas da Liberdade”.

Além das competições, no dia da abertura, 16/09, a agenda de atividades terá também as palestras do ícone mundial Carlos Burle, pernambucano campeão mundial de ondas gigantes que passará a sua experiência através da palestra baseada no seu livro “Profissão Surfista”. Inspirando quem buscar ultrapassar seus próprios limites. O CBSURF Maracaipe Surf Adaptado também receberá o competidor e big rider Derik Rabelo, com cegueira total causada por um glaucoma congênito. Ele viaja o mundo em busca das melhores ondas provando que não há limites reais na busca pelos seus sonhos. Derek é um dos jovens esportistas mais inspiradores do mundo e estará ao lado de um dos mais brilhantes representantes do Brasil no Parasurf,  Davisinho Radical falando de seus desafios e conquistas no mundo das competições.

Campeão mundial de ondas grandes, o pernambucano Carlos Burle estará em Maracaípe ministrando palestra. Foto: Alexandre Gondim/@blogdosurfe

Na parte cultural do evento, o show é de outra lenda do surfe: Teco Padaratz,  que apresenta o seu trabalho autoral da “surf music” mostrando que além de Presidente da Confederação Brasileira de Surf, ele também manda muito bem nas ondas sonoras. “Não existem pessoas deficientes, existem cidades deficientes. Todo mundo tem a sua eficiência de acordo com as suas características e peculiaridades. O que precisamos entender é que todos nós temos de ter nossos direitos garantidos e todos os obstáculos devem ser removidos para que todos possam ganhar a vida em condições de igualdade”, disse Sérgio Murilo da Uninassau apoiadora do evento.

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