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João Chianca é vice-líder do CT

Chumbinho conquista primeira vitória da carreira no MEO Rip Curl Pro Portugal batendo na final o líder do CT, Jack Robinson. Yago Dora e Tatiana Weston-Webb ficaram nas semis e ela entrou nas top-5. Caitlin Simmers também festeja primeiro título no CT. A próxima etapa será na Austrália.

Joao Chianca levantando seu primeiro troféu do CT em Peniche, Leiria, Portugal. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
O saquaremense João Chianca, 22 anos, e a californiana Caitlin Simmers, de apenas 16 anos, festejaram suas primeiras vitórias no World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) em Portugal. O MEO Rip Curl Pro apresentado por Corona foi encerrado nesta na terça-feira, 14/03, em Supertubos, com Chumbinho surfando tubos espetaculares na final com o líder do ranking, Jack Robinson, 25 anos, da Austrália. E a jovem Caitlin, bateu a experiente Courtney Conlogue, 30 anos, na decisão norte-americana que fechou a terceira etapa da temporada 2023. A próxima é o Rip Curl Pro Bells Beach, nos dias 4 a 14 de abril na Austrália.

“É muito difícil explicar o que estou sentindo nesse momento”, disse João Chianca, depois de vibrar bastante com a torcida, que lotou a praia de Supertubos. “Tinha altas ondas e, 5 minutos depois que entrei na bateria, me dei conta de como eu amo tudo isso que o surfe me proporciona. Foi só tubos perfeitos e o Pinga (Luiz Henrique, seu técnico) tinha me falado para ter calma e curtir todo o processo, porque minha hora ia chegar. Podia ser hoje, ou algum outro dia, mas ia chegar. E foi hoje, meu momento chegou”
Emocionado Joao Chianca agradece pela glória. Foto: Thiago Diz/World Surf League
As condições do mar estavam excelentes em Supertubos. Tanto que a direção técnica da WSL, decidiu fechar o MEO Rip Curl Pro Portugal utilizando o sistema “overlapping heats”, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente, desde as oitavas de final até as semifinais. Foi a primeira vez que isso aconteceu na história do Championship Tour. No total, foram 22 baterias disputadas, incluindo um intervalo de 1h00 por causa da maré. E João Chianca comandou o show nos tubos na hora mais decisiva do campeonato.

Na semifinal com o australiano Callum Robson, que já tinha conseguido a primeira nota 10 do CT 2023 num tubaço surfado na repescagem e 9,57 na quarta de final contra Samuel PupoChumbinho fez um novo recorde de 17,10 pontos, com o 9,43 recebido no melhor tubo. Ele bateu os 17,00 do defensor do título da etapa portuguesa, Griffin Colapinto, quando eliminou o tricampeão mundial Gabriel Medina nas oitavas de final. 

Na decisão do título, João Chianca não deu qualquer chance para o líder do ranking, Jack Robinson, que impediu uma segunda final brasileira em Supertubos, ao derrotar Yago Dora na semifinal. O australiano surfou o primeiro tubo da bateria, mas o do Chumbinho foi melhor e valeu 7,83. Depois, surfou mais dois tubaços de frontside nas direitas, já aumentando seu próprio recorde de 17,10 para 17,57 pontos, com as notas 9,07 e 8,50 que recebeu. Ele ainda pegou outro incrível de backside numa esquerda, mas acabou descartando a nota 8,13.
Joao Chianca mostrou ser criado em Saquarema com ondas parecidas com Supertubos. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
Só no final da bateria, Jack Robinson reagiu surfando um tubão nota 8,97, mas era tarde e João Chianca derrotou o australiano por 17,57 a 15,14 pontos. Curiosamente, a primeira vitória da carreira do Chumbinho em etapas do CT, aconteceu em Portugal, onde seu irmão mais velho, Lucas Chumbo Chianca, reina nas ondas gigantes de Nazaré. A torcida que lotou a praia, vibrou intensamente com a vitória de João Chianca sobre Jack Robinson.

“Eu sabia que tinha altas ondas, com oportunidades para tirar notas altas. Então, depois que peguei o primeiro tubão, entrei no ritmo das séries e consegui aproveitar ao máximo”, disse João Chianca, que tirou a segunda posição no ranking do campeão mundial Filipe Toledo. No ano passado, Chumbinho acabou saindo da elite no corte do meio da temporada, agora chega na Austrália já praticamente garantido entre os 22 que permanecem disputando a segunda metade do CT e na briga direta pelo título mundial.
Jack Robinson usou seu excelente posicionamento nos tubos para tentar vencer. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
“Tem tantas coisas ruins, negativas, que podem acontecer para qualquer um, mas eu precisava continuar fazendo as coisas certas. Então, tentei usar essas experiências e transformar em uma perspectiva positiva”, disse João Chianca“Desde que eu me qualifiquei pro CT, eu sonhava com a primeira vitória. No ano passado não fui bem aqui e tava com uma sensação meio estranha vindo pra cá. Mas, estava totalmente errado e hoje é o dia mais incrível da minha vida. Vai ser inesquecível e eu amo Portugal”.

Até o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi abraçar João Chianca quando ele chegou na arena do evento, carregado pela torcida desde que saiu do mar. Esta foi a sexta vitória brasileira em 13 edições da etapa portuguesa em Supertubos, contra quatro da Austrália, duas dos Estados Unidos e uma do Havaí. A primeira foi em 2011, com Adriano de Souza derrotando Kelly Slater. A segunda com Filipe Toledo em 2015, depois Gabriel Medina em 2017, Italo Ferreira sendo bicampeão em 2018 e 2019 e agora foi João Chianca quem levantou o troféu de campeão do MEO Rip Curl Pro Portugal 2023.
Joao Chianca alternou ótimos tubos com boas manobras. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
O Brasil também segue dominando o ranking mundial. Entre os top-5 que vão disputar o título mundial no Rip Curl WSL Finals em Trestles, na Califórnia, três são da seleção brasileira. João Chianca é o novo vice-líder, com Filipe Toledo em terceiro lugar e Caio Ibelli em quarto. As exceções são o australiano Jack Robinson na liderança e o norte-americano Griffin Colapinto na quinta posição. Mas, tem mais brasileiro se aproximando para brigar pelas cinco vagas, com Yago Dora subindo para o sétimo lugar e Gabriel Medina na nona colocação.

A brasileira Tatiana Weston-Webb também já está entre as top-5 do feminino. Ela tentava o bicampeonato no MEO Rip Curl Pro Portugal, nas quartas de final bateu a nova líder isolada do ranking, Molly Picklum, mas acabou perdendo no último minuto da semifinal, para a norte-americana Courtney Conlogue. Apesar de ter ficado em terceiro lugar em Portugal dessa vez, Tatiana saltou da nona para a quinta posição no ranking.
Tatiana Weston-Webb subiu quatro posições no ranking e esta entre as cinco melhores. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
Essa foi a sua 18.a derrota para Courtney em baterias do CT. A brasileira só ganhou 7 e a última foi em 2021 na etapa de Maui, no Havaí. A experiente californiana chegou favorita na final, principalmente depois da nota 9 recebida no tubo que surfou logo no início da bateria. Mas, depois não conseguiu achar mais ondas boas e a jovem Caitlin Simmers acabou vencendo o MEO Rip Curl Pro Portugal por 13,50 a 12,83 pontos, somando notas 7,17 e 6,33.

“Eu realmente nem consigo acreditar que venci”, disse Caitlin Simmers. “Quando eu vi a Courtney (Conlogue) surfar aquele tubo, fiquei tipo OK, só está começando. Eu tentei de tudo, fiquei remando pra cima e pra baixo na praia, para encontrar boas ondas, então aconteceu e estou muito, muito feliz. Este é meu tipo de onda favorito, surfo beack breaks (praias com fundo de areia) praticamente todos os dias e só tenho que agradecer a todos aqui em Portugal”.
Courtney Conlogue fez seu melhor resultado nessa tamporada. Foto: Damien Poullenot/World Surf League
Com a vitória em Portugal, Caitlin Simmers, que estava empatada em nono lugar no ranking com Tatiana Weston-Webb, agora divide a vice-liderança com a pentacampeã mundial, Carissa Moore. A australiana Molly Picklum vai usar sozinha a lycra amarela de número 1 da WSL na próxima etapa patrocinada pela Rip Curl, em Bells Beach. E outra australiana completa o grupo das top-5, a bicampeã mundial Tyler Wright, na quarta posição.


Gabriel Medina ainda não conseguiu impor seu ritmo de competição. Foto: Thiago Diz/World Surf League
RANKINGS DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2023:

TOP-10 DA CATEGORIA MASCULINA – 3 etapas:
1.o: Jack Robinson (AUS) – 23.885 pontos
2.o: João Chianca (BRA) – 22.170
3.o: Filipe Toledo (BRA) – 16.075
4.o: Caio Ibelli (BRA) – 14.150
5.o: Griffin Colapinto (EUA) – 13.875
6.o: Leonardo Fioravanti (ITA) – 12.450
7.o: Callum Robson (AUS) – 10.735
7.o: Yago Dora (BRA) – 10.735
9.o: Gabriel Medina (BRA) – 9.960
10.o: Ethan Ewing (AUS) – 9.395
10.o: John John Florence (HAV) – 9.395
10.o: Rio Waida (IND) – 9.395
——outros brasileiros:
13: Italo Ferreira (RN) – 7.970 pontos
13: Miguel Pupo (SP) – 7.970
18: Samuel Pupo (SP) – 7.405
27: Michael Rodrigues (CE) – 3.990
34: Jadson André (RN) – 795

TOP-10 DA CATEGORIA FEMININA – 3 etapas:
1.a: Molly Picklum (AUS) – 19.490 pontos
2.a: Carissa Moore (HAV) – 17.355
2.a: Caitlin Simmers (EUA) – 17.355
4.a: Tyler Wright (AUS) – 14.930
5.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) – 13.440
5.a: Gabriela Bryan (HAV) – 13.440
7.a: Caroline Marks (EUA) – 13.020
8.a: Brisa Hennessy (CRC) – 12.100
9.a: Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 11.305
9.a: Macy Callaghan (AUS) – 11.305

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